Made in China ao alcance das indústrias do CE

3 de março de 2011 - 11:33

Empresários cearenses buscam redução de impostos para facilitar as negociações com a China

Representantes de empresas de dois dos principais setores em ascensão, devido à importação/exportação com o mercado chinês, reuniram-se na última segunda-feira para buscar apoio do Conselho de Assuntos Legislativos (Coal) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O objetivo é iniciar uma discussão com políticos cearenses, deputados e senadores, a respeito da redução dos tributos sobre insumos e equipamentos importados pelos dois setores.

A intenção do Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo no Ceará (Sindquímica) e do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec) é “fortalecer a indústria cearense para deixá-la bem mais competitiva em relação aos concorrentes”.

De acordo com José Dias Vasconcelos, do Sindquímica, e Ricard Pereira, do Simec, a ideia é que isso facilite as negociações tidas em feiras internacionais, como a próxima Canton Fair, na China, que foi apresentada ontem na Fiec e contará com a sétima missão consecutiva de empresários cearenses.

Canton Fair
Na ocasião, o ministro conselheiro da Seção Comercial da embaixada da China no Brasil, Wang Quingyuan, apresentou o evento como a maior feira de negócios do mundo (depois de ter superado a de Hannover) e enfatizou a participação de empresas cearenses para a valorização do comércio crescente com o país asiático, que, há quatro anos, já é o segundo maior parceiro comercial do Estado.

“A Feira é especial para exportação de produtos e, agora, dispõe de um pavilhão internacional, onde o empresário brasileiro interessado pode alcançar uma gama maior de negócios”, ressaltou Quingyuan. Em 1 milhão de m², a Canton abriga 20 mil expositores de 150 mil produtos e cerca de 200 mil compradores de 200 países.

Acontecendo duas vezes ao ano, em abril e outubro, a Canton Fair apresenta três distintas fases: máquinas e equipamentos para construção civil e indústria em geral; matéria-prima e tecidos; e produtos prontos, como eletrônicos e brinquedos, são expostos. Na apresentação aos cearenses, a organização chinesa da feira destacava: “O “Made In China” ao seu alcance”.

Na mesma perspectiva do ministro chinês e focando na edição de outubro da Canton, o superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN/Fiec), Eduardo Bezerra, classificou a relação Ceará-China como em “rápida expansão” frente às mudanças em diversos setores da indústria local que participaram das últimas missões na China, como construção civil.

Também buscando prospectar novos negócios com aquele país, o diretor do grupo Fujicom, Alexandre Fermanian, compareceu à apresentação da feira, “mas somente para sondar possibilidades”.

Focando a revenda de maquinário para construção civil e agrícola, o diretor da Ceará Trade Center, Roberto Marinho, buscava contato direto com revendedores chineses. “Essa vai ser a primeira missão com participação nossa, mas nós já importamos da China”, declarou ele, que já negocia para ser importador exclusivo para o Nordeste brasileiro de equipamentos para construção civil.

Incentivando a participação das indústrias de pequeno porte, no comércio com a China, o Sebrae e o Nutec levaram empresários interessados em conhecer as oportunidades.

Para o empresário do ramo de bebidas, Raul Magno Busgaib Gonzalez, a intenção é comprar embalagens, aproveitando os preços chineses.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER  

 

Fonte:
Diário do Nordeste
Editoria: Negócios
Data: 02/03/11