Icid 18 declaração de Fortaleza

25 de agosto de 2010 - 09:08

Trazendo as terras secas para o centro das atenções

O encerramento da Segunda Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 18), no último dia 20, em Fortaleza, foi marcado pela divulgação da Declaração de Fortaleza.

Durante uma semana, cerca de 2000 representantes de 100 países, entre líderes de governos, empresas e sociedade civil organizada, reuniram-se para discutir soluções para os efeitos das mudanças climáticas nas terras secas do planeta. Ao final, o documento “Trazendo as terras secas para o centro das atenções”, foi lido.

O texto ressalta “que por ocasião da primeira ICID, há 18 anos atrás, a mudança climática era apenas uma forte hipótese. Hoje, trata-se de uma realidade comprovada e amplamente reconhecida como uma questão fundamental para o desenvolvimento e não apenas uma questão ambiental. Avanços significativos foram realizados no conhecimento científico e na compreensão dos atores públicos, no que se refere às inter-relações entre clima, sustentabilidade e desenvolvimento.

“As terras secas concentram o maior número de população pobre do planeta e sofrem grandes pressões sobre seus recursos naturais, incluindo água, solos e biodiversidade. Suas populações são as mais vulneráveis face aos efeitos adversos das variações e mudanças climáticas, e as menos capazes de lidar com as mesmas. Estima-se que aproximadamente um bilhão de pessoas terão suas condições de vida prejudicadas apenas pela desertificação. A menos que a sustentabilidade das terras secas seja assegurada, todo o planeta estará ameaçado.

Erros do passado, políticas mal concebidas e práticas predatórias levaram muitas terras secas, cuja produtividade natural já é mais baixa do que as regiões áridas do mundo, a atingir o limite da sua capacidade produtiva. Isso tem provocado situações que não podem ser facilmente revertidas sem o substancial desenvolvimento de esforços e dispêndios financeiros nos níveis nacional e internacional. Um conjunto de questões precisa ser enfrentado: declínio da produtividade dos recursos naturais, persistência das condições de pobreza e variabilidade climática, assim como grandes desigualdades e fraquezas institucionais.”

O documento divulgado ao término da Icid 18 também cobra da Organização das Nações Unidas (ONU) que considere a atual situação de risco das terras secas, especialmente na África Subsaariana, na Ásia do Sul e no Oriente Médio, mas também em partes da América do Sul, do Caribe, da América do Norte, Ásia Oriental e no Pacífico.

A Declaração de Fortaleza, lida pelo americano, Jonh Redwod, economista do Banco Mundial, está dividida em sete pontos centrais descritos a seguir:
1. Desenvolvimento Sustentável e Mudança Climática: Desafios e Oportunidades.

2. Representação Política em Múltiplas Escalas.
3. Sinergias entre Iniciativas Globais Ambientais e de Desenvolvimento.
4. O Financiamento do Desenvolvimento Sustentável Sensível ao Clima.

5. Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

6. Intercâmbio de Conhecimento e Informação.
7. Planejamento Integrado e Implementação dos Programas e Estratégias de Desenvolvimento.

8. Respostas Urgentes
O último parágrafo do documento aponta para a urgência da questão e termina: “ Faz-se necessária ação decisiva da comunidade internacional. E o momento dessa ação é já!”
Acesse íntegra da Declaração de Fortaleza no link:
http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/noticias/20100820_FORTALEZA DECLARATIO PORT.pdf

 

Fonte: 
Jornal O estado-CE
Editoria:  O estado verde
Data: 24/08/10