Imagine Cup: conheça os três projetos cearenses que disputam a Copa do Mundo da Tecnologia
8 de maio de 2017 - 19:52
Os trabalhos apostam em sustentabilidade, inclusão social e democratização do conhecimento
A etapa nacional da Imagine Cup, que acontecerá em Fortaleza, vai contar com a participação de três projetos cearenses que disputarão o título na competição considerada a “Copa do Mundo da Tecnologia”. Os trabalhos estão entre os 15 finalistas do evento organizado pela Microsoft que elege as melhores invenções de estudantes valendo-se da utilização da plataforma Cloud Computing (computação em nuvem).
A Imagine Cup ocorrerá nos dias 17 e 18 de maio, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e no Cineteatro São Luiz. É uma realização da Microsoft e do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece).
Os projetos cearenses apostam no auxílio a pessoas com deficiência visual; no monitoramento do consumo de energia elétrica; e no ensino online gratuito de programação competitiva. Eles vêm da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Fortaleza (Unifor) e do Colégio Farias Brito, respectivamente. Conheça melhor os projetos classificados:
Inovação e inclusão
O projeto “Vibeye” consiste em um aparelho, acoplado a um óculos ou a um boné, capaz de enviar informações de um dado trajeto a uma pulseira vibratória. A cada vibração, o usuário percebe estar diante de um obstáculo.
A invenção dos estudantes da UFC é voltada para pessoas com deficiência visual. É liderada pelo estudante Samuel Lima, do curso de Engenharia Elétrica. Aderiram ao invento Múrcio Filho, da Engenharia de Computação, e Felipe Feitosa Soares, recém-graduado em Engenharia Elétrica.
Atualmente, o aparelho ainda oferece serviço de GPS, que, via bluetooth, se conecta a um smartphone, permitindo traçar rotas para o usuário. Também conta com um “Botão do pânico”, que, acionado, indica a localização do usuário a números pré-estabelecidos.
Os testes, porém, continuam. Depois de provações no Instituto dos Cegos, portadores de deficiência visual da própria UFC utilizam o aparelho. Samuel conta buscar clínicas que atendem pessoas com visibilidade reduzida para parcerias que proporcionem novos testes.
Economia e sustentabilidade
Já o projeto que prevê o controle de energia elétrica é proposto pelos estudantes da Unifor. Funciona por meio de um dispositivo conectado à entrada da rede elétrica. Todo o consumo é guiado por meio do Monitor Autônomo de Consumo Inteligente: o M.O.A.C.I.
Com isso, avisos são enviados ao usuário através de aplicativos de smartphones, por exemplo, caso uma determinada meta esteja sendo atingida. Os criadores contam que na fase de comercialização, o projeto seria open hardware – isso é, aberto para quem queira fazer alterações.
O coordenador do projeto é Danilo Reis, professor do Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (Nati). O objetivo da equipe composta pelos estudantes Valdenir Sousa Severino, Jonathan Nascimento Madeira (ambos da Engenharia de Computação) e Tiago Carvalho Miranda (do curso de Audiovisual e Novas Mídias) é gerar uma startup e, consequentemente, ampliar o projeto, que seria capaz de mapear o consumo de energia pelos eletrodomésticos.
Democratização do conhecimento
O CodCad, dos estudantes do Farias Brito, por sua vez, visa a “democratização do conhecimento da programação”, como descreve um dos integrantes da equipe, o estudante João Guilherme Madeira Araújo. O projeto surgiu ainda em 2016, quando João Guilherme estava no 2º Ano no Ensino Médio e seus colegas, Rogério Aristida Guimarães Júnior e Lucca Siaudzionis, no 3º Ano.
O site era uma expansão de um projeto voltado para olimpíadas escolares em geral. O formato de blog incomodava o trio, que passou então a ter dicas com o professor Thiago Nepomuceno, da Faculdade Farias Brito (FFB).
Com a experiência do professor, surgiu o novo formato, que continua com foco em Olimpíadas, mas as da área de programação. Partindo do básico em programação, o site apresenta vídeo-aulas divididas em etapas. No fim, um exercício para por em prática as lições. A cada etapa avançada, o usuário ganha pontos, os XPs.
Uma vitória na Imagine Cup, conta João Guilherme, ajudaria nas propostas de expansão do site. Traduzir para outras línguas, contratar profissionais para as vídeo-aulas, proporcionar competições entre os usuário, dentre outros.
Mais sobre a Imagine Cup
O vencedor da etapa nacional irá representar o Brasil entre 60 concorrentes na fase mundial, que ocorrerá em Seattle, nos Estados Unidos. O grande vencedor leva 100 mil dólares em financiamentos para o projeto. Além disso, recebe convite para a Microsoft Build 2018, conferência de desenvolvedores, e mentoria particular de Satya Nadella, CEO da Microsoft.