Tecnologia desenvolvida no CTI Renato Archer recupera bico de aves
17 de maio de 2016 - 13:44
Bico de titânio feito com impressora 3D permitiu que uma arara resgatada em São Paulo voltasse a se alimentar. Dois tucanos do Distrito Federal também receberão as próteses.
Com o apoio computacional do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, uma equipe multidisciplinar está usando impressão 3D para recuperar cascos de jabuti e bicos de aves. A união de esforços entre veterinários, dentistas, biólogos, especialistas da área de computação e artistas tem permitido a recuperação de animais por todo o Brasil, como o caso da arara Gigi. A ave encontrada na Ilha Comprida, em São Paulo, apresentava deformidade no bico e não conseguia se alimentar. Com a ajuda dos voluntários e da tecnologia, o animal recebeu um bico de titânio feito em impressora 3D.
“Quarenta e oito horas depois que ela tinha colocado o bico, já estava se alimentando naturalmente. E não apenas se alimentando, mas utilizando o bico para escalar estruturas, como gaiola, para quebrar os alimentos e até para se defender. A gente brincou que era perigoso chegar perto dela. Já era perigoso com o bico natural, imagina com o bico de metal. O pessoal está chamando ela inclusive de arara biônica”, conta o artista gráfico e professor Cícero Moraes, especialista em reconstrução facial digital 3D.
Para construir o bico, a equipe contou com recursos de computação: uma impressora 3D e um software livre desenvolvido pelo CTI Renato Archer. “Foi o primeiro bico de metal colocado não apenas numa arara, mas numa ave em nível mundial.”
Ao todo, seis animais – cinco aves e um jabuti – foram salvos no Brasil por meio da tecnologia. Os próximos “pacientes” vão ser dois tucanos no Distrito Federal.
Fonte: MCTI