Difusão de tecnologias digitais ampliará produtividade e serviços no Brasil
8 de abril de 2016 - 13:05
As tecnologias digitais espalharam-se rapidamente pelo mundo. O número de usuários da internet mais que triplicou na última década, passando de um bilhão em 2005 para cerca de 3,2 bilhões no fim de 2015. Ainda assim, os dividendos digitais – benefícios mais amplos trazidos pelo uso de tecnologias, como empregos e melhores serviços públicos -, não cresceram na mesma proporção e estão distribuídos de forma desigual, com 60% da população mundial excluída da economia digital por não estar on-line.
Os dados são do “Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2016: Dividendos Digitais”, de autoria do Banco Mundial e apresentado nesta quinta-feira (7) pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). De acordo com o documento, mais esforços devem ser feitos para conectar um número maior de pessoas à internet e criar um ambiente que desencadeie os benefícios das tecnologias digitais para todos.
Segundo o Banco Mundial, são cerca de 4,2 bilhões de pessoas que ainda carecem de acesso à internet no mundo. Apenas 1,1 bilhão têm acesso à rede mundial de computadores em alta velocidade, o que representa 15% da população do planeta. No Brasil, o relatório aponta que aproximadamente 98 milhões de pessoas não tem acesso à internet.
“O potencial produtivo do Brasil é enorme, e a difusão de tecnologias digitais poderia ter um efeito catalisador para elevar a produtividade da economia e a qualidade dos serviços públicos e privados”, afirmou o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser. “Pessoas sem acesso a tecnologia digital, bem como a educação e competências para se adaptarem a ela, serão deixadas para trás”, ressaltou.
No entanto, apenas a maior adoção digital não será suficiente. Segundo Raiser, fatores como políticas públicas e regulamentações também são necessários para garantir que o mercado digital seja competitivo e a internet possa ampliar o acesso a informação, reduzir custos e promover sociedades mais inclusivas, eficientes e inovadoras. “Além disso, também é importante que as empresas enfrentem um mercado que dê estímulos para inovar e adaptar novas tecnologias”, ressaltou.
Segundo o autor do estudo, o economista do Banco Mundial Mark Schiffbauer, é fundamental o investimento não apenas nas tecnologias digitais, como também nas habilidades necessárias para utilizar essas tecnologias. “Com o avanço tecnológico, é estimado que 50% dos empregos atuais desaparecerão nos próximos 20 ou 30 anos, para serem substituídos por novos. Essas ocupações precisarão de novas habilidades tecnológicas, que devem ser ensinadas já na escola”, comentou.
Setor produtivo
Apenas 6% das empresas do País oferecem serviços de e-commerce (comércio eletrônico), conforme a apuração do relatório. A quantidade, na visão do economista chefe do Banco Mundial, Marc Dutz, mostra que o Brasil necessita ampliar o uso das ferramentas digitais no setor produtivo. Para isso, recomendou aumentar a infraestrutura física das empresas (com investimentos em softwares e hardwares), redução do custo da banda larga e telefonia móvel no País e diminuição das tarifas adicionais sobre as tecnologias de informação e comunicação (TICs).
“A única maneira de ter um crescimento sustentável de prosperidade compartilhada é através de um aumento significativo de produtividade das empresas. Isso requer um aumento no uso das novas tecnologias, incluindo tecnologias digitais e outras inovações na gestão”, disse Dutz.
O relatório completo está disponível neste link.
Fonte: CNPq