Brasil desenvolve remédio inovador contra efeito de quimioterapia
9 de dezembro de 2015 - 12:37
Após dez anos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e R$ 12 milhões em financiamento, o Brasil criou um remédio que reduz os efeitos colaterais do tratamento quimioterápico de câncer. O medicamento, aprovado há pouco mais de um mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve chegar ao mercado no ano que vêm.
O remédio é fundamental para os pacientes submetidos a tratamentos quimioterápicos e que acabam por apresentar uma contagem muito baixa dos glóbulos brancos que ajudam no combate às infecções, chamados neutrófilos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano. Apenas no Brasil, o Inca estima 580 mil novos casos em 2015.
Produzido inteiramente no País, o Fiprima (filgrastim) é o primeiro medicamento biossimilar da América Latina. Biossimilares são parecidos a medicamentos biológicos, que por sua vez são produzidos a partir de um organismo vivo e não apenas pela manipulação química de sais em laboratório. Em todo o mundo existem apenas 20 biossimilares registrados, incluindo o produto brasileiro, considerados por especialistas uma nova fronteira para a indústria farmacêutica global.
O novo biossimilar foi desenvolvido pela Eurofarma e, por meio de um acordo de transferência de tecnologia, será produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com a produção própria, o Ministério da Saúde (MS) deve economizar cerca de R$ 9,3 milhões por cinco anos.
Fonte: Agência Gestão CT&I