Ganhador do Prêmio Nobel de Medicina atuou em pesquisas com brasileiros
7 de outubro de 2015 - 13:45
Satoshi Omura escreveu artigo com pesquisador da Fiocruz e desenvolve estudo com INCT.
O japonês Satoshi Omura foi um dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia deste ano, ao lado do pesquisador irlandês William C. Campbell. A dupla recebeu a premiação pela descoberta de uma nova droga chamada avermectina, que reduz radicalmente a incidência de oncocercose – doença causada pelo verme Onchocerca volvulus – e de filaríase linfática, uma infecção que leva o paciente a ter elefantíase e causada por vermes do gênero Filaroidea. A chinesa YouYou Tu também foi premiada por desenvolver uma nova terapia contra a malária.
A descoberta de Omura do medicamento avermectina abre novas frentes para o combate à oncocercose. O papel do cientista japonês na descoberta da droga se deu a partir da expertise dele em cultivar bactérias do solo. Ao criar milhares de culturas do gênero Streptomyces, ele conseguiu identificar várias delas que produziam substâncias tóxicas para outros organismos.
O vencedor do Nobel atuou, também, em pesquisas junto a brasileiros. Um deles foi o diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel. Eles publicaram conjuntamente um artigo que marcava o 25º aniversário da doação do medicamento ivermectina, usado para eliminar a transmissão da oncocercose nas Américas. Leia o artigo completo aqui.
A colaboração de Omura com o Brasil continua ativa. Atualmente, o Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas) desenvolve pesquisas com o japonês relacionada ao teste de compostos da droga ivermectina, que já curou a oncocercose em milhões de pacientes em todo o mundo. A pesquisa é apoiada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Doenças Negligenciadas (INCT-IDN), que vem financiando a parceria da equipe da Fiocruz no Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte (MG).
Os INCTs
O Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) mobiliza e apoia os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do País. Ele é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e gerenciado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). Atualmente, são 125 INCTs em funcionamento, abrangendo universidade e centros de pesquisa de todas as regiões brasileiras.