Brasil e Rússia negociam transferência de tecnologia em projetos no setor de defesa

21 de agosto de 2015 - 13:02

O setor de tecnologia militar tem sido uma das áreas que mais estreitou as ligações entre o Brasil e a Rússia. A relação no campo da defesa rendeu futuras parcerias, com negociações em andamento que vislumbram desde a aquisição da artilharia antiaérea russa Pantsir até a criação de um centro de manutenção para helicópteros de ataque MI-35, que já foram adquiridos pelo Brasil. A ideia é que as aquisições dos equipamentos ocorram junto com a transferência de tecnologia.

O Brasil possui demanda inicial de 14 baterias antiaéreas de baixa altura e mais sete de média altura. Com a transferência de tecnologia, o objetivo é que cada bateria Pantsir tenha graus de nacionalização maior, de maneira progressiva, até ser totalmente produzida no País. A Estratégia Nacional de Defesa, um dos documentos-base do Ministério da Defesa, prevê que o Brasil tenha capacidade de resposta a ameaças aéreas à média altura. Para isso, foram feitas pesquisas até chegar à escolha pelo sistema russo Pantsir.

O projeto para a compra prevê a participação de empresas estratégicas de defesa, o que beneficiaria a indústria nacional deste setor. “Para nós, é uma experiência nova e representa parceria estratégica. A partir da assinatura do contrato, os prazos de entrega serão ajustados de acordo com as possibilidades russas de fornecimento e com as nossas necessidades”, explicou o chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos de Defesa, general Aderico Mattioli.

O programa do Pantsir está em curso há três anos e já foram feitos exercícios de tiro pelo Ministério da Defesa Russo. A etapa exploratória do projeto está concluída. Além disso, os russos manifestaram interesse de apresentar ao Brasil o seu Sistema Automatizado Complexo “Cidade Segura”, que inclui câmeras e sensores que podem ser adquiridos separadamente. A iniciativa foi desenvolvida para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, realizados em 2014.

Os ajustes necessários no acordo offset – quando as Forças Armadas de um país fazem um contrato de aquisição no exterior –, devem ser feitos o mais rápido possível, de acordo com as autoridades brasileiras e russas, com previsão de ser concluído em setembro deste ano. Nesse mesmo mês ocorrerá a IX Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia, em Moscou, capital russa.

Fonte: Agência Gestão CT&I