Ministro destaca bolsas do Google como caminho para formar vanguarda
2 de junho de 2015 - 14:01
Em Belo Horizonte, Aldo Rebelo visitou centro da empresa e participou de anúncio de US$ 1 milhão voltados a pesquisadores de ciências da computação de toda a América Latina.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, participou do anúncio do programa Bolsas de Pesquisa Google para a América Latina, nesta segunda-feira (1º), em Belo Horizonte. A companhia de serviços online planeja identificar e apoiar pesquisadores do continente que estejam desenvolvendo projetos acadêmicos de ponta em ciências da computação.
“Desta visita ao Centro de Engenharia do Google na América Latina, no Brasil e em Minas Gerais, o que eu quero destacar é a promoção da pesquisa e também a formação de quadros para o grande desafio de manter a tecnologia da informação como um elemento dinâmico da economia, da cultura, do conhecimento e da informação pessoal e empresarial”, declarou o ministro.
Segundo o diretor de Engenharia para a América Latina do Google, Berthier Ribeiro Neto, o programa oferece US$ 1 milhão em bolsas para custear de 15 a 20 projetos de pesquisa avançada pelo período de 12 meses, com possibilidade de renovação por dois anos. Os valores se destinam a estudantes e orientadores dos projetos – US$ 1.200 mensais para doutorandos e US$ 750 para seus professores; US$ 750 para mestrandos e US$ 675 para os docentes.
“Nós, quando falamos que vivemos a era do conhecimento, nos referimos ao impacto que as tecnologias da informação criam na vida dos indivíduos e da coletividade”, disse Aldo. “Espero que os alunos que tenham acesso a essas bolsas consigam contribuir para a criação de uma vanguarda no País.”
Complementaridade
Para Ribeiro Neto, “o programa complementa esforços do Governo Federal”, especialmente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), ao apoiar pesquisa e capacitação.
Já o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, associou a iniciativa aos objetivos do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior): “Essa perspectiva de financiar e valorizar pesquisa complementa as ações do MCTI, por meio do TI Maior, do apoio a startups até a atração de centros globais de pesquisa e desenvolvimento para o Brasil.”
Dentre os campos de pesquisa em foco, estão aprendizado de máquina e mineração de dados; engenharia de software e linguagens de programação; gerenciamento de base de dados; interação homem-máquina; internet das coisas, incluindo cidades inteligentes; mapas digitais; plataformas móveis; privacidade; retenção, extração e organização de informações.
As inscrições seguem abertas até 6 de julho, pela página do programa. Após a data, uma comissão interna do Google deve analisar as propostas e o currículo dos candidatos. Os orientadores ficam encarregados de submeter projetos em nome de mestrandos ou doutorandos. De acordo com o diretor da companhia, a seleção leva em conta três critérios principais: alinhamento com a estratégia da empresa, potencial impacto da pesquisa e qualidade geral do projeto. A previsão é que os vencedores sejam anunciados em agosto.
Expansão
O Google considera o anúncio como a segunda edição da iniciativa no País. “Isso é resultado de um programa piloto que implantamos no Brasil, pelo qual apoiamos projetos na fronteira do conhecimento, e agora estendemos essa chamada à América Latina como um todo”, informou Ribeiro Neto. A seleção inicial ocorreu em 2013 e envolveu universidades convidadas. Durante dois anos, a ação distribuiu US$ 300 mil em bolsas para cinco projetos de pesquisa.
A professora Jussara Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresentou impactos de um projeto apoiado pelo programa piloto. O trabalho tenta descobrir fatores que influenciam na rápida popularização – capacidade conhecida como viralidade – de um vídeo na internet, por meio do monitoramento de usuários do YouTube por determinado período de tempo.
O programa de bolsas se baseia na linha Faculty Research Awards, iniciativa do Google aberta a pesquisadores do mundo todo, como um reconhecimento dos impactos da produção de bolsistas brasileiros e latino-americanos.
Antes do anúncio, o ministro se reuniu com diretores da empresa e conheceu a história, as instalações e parte do trabalho do Centro de Engenharia do Google em Belo Horizonte – apenas a Austrália possui um núcleo equivalente no Hemisfério Sul. O laboratório mineiro emprega cerca de 100 engenheiros e se propõe a estimular a interação entre academia e setor privado. A unidade trabalha em soluções globais para as plataformas da companhia de serviços online.
Acompanharam o anúncio o deputado federal Newton Cardoso Junior (PMDB-MG) e o diretor do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), Waldemar Macedo. Pelo Google, participaram os diretores de Comunicação para a América Latina, Flavia Sekles, e de Relações Governamentais do Google Brasil, Marcelo Lacerda; além dos gerentes de Relações Governamentais, Mariana Macario, e de Comunicação, Rafael Corrêa.
Fonte: MCTI