Prêmio Jovem Cientista reforça a vocação dos jovens para a pesquisa

25 de maio de 2015 - 00:00

Durante o anúncio dos vencedores do Prêmio Jovem Cientista, nesta quinta-feira, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, ressaltou a importância da iniciação científica.

“A iniciação cientifica é uma necessidade, e o futuro é aquele que na universidade todos tenham a liberdade e a formação para produzir as próprias perguntas”. Com essas palavras, o presidente do CNPq, Hernán Chaimovich, celebrou a importância dos trabalhos vencedores da 28ª edição do Premio Jovem Cientista e do incentivo ao desenvolvimento de um ambiente propício à pesquisa entre os jovens.

Para Hernan, o estímulo à formação de novos cientistas passa, necessariamente, pelo fortalecimento de uma rede de fomento e apoio. “O CNPq está firmemente convencido que a cobertura da Iniciação Cientifica nas universidades que formam talentos só é possível com a parceria entre o governos federal, governo estadual e a iniciativa privada”, concluiu.

E a prova de que esse estímulo pode trazer benefícios para toda a sociedade estava no trabalho de cada um dos meninos e meninas vencedores do Prêmio Jovem Cientista deste ano. Foi das mentes questionadoras e vibrantes desses jovens pesquisadores que saíram pesquisas com grande potencial para promover um impacto social e econômico muito positivo.

A vencedora na categoria Ensino Médio, Joana Meneguzzo Pasquali, conta que a ideia de suas pesquisas começou após a descoberta de fraudes em vários lotes no setor de lacticínios em seu estado, Rio Grande do Sul. A estudante desenvolveu uma fita que pode ser usada em casa para identificar substâncias tóxicas no leite.

Joana revelou que foi incentivada pelo irmão mais velho, que é bolsista do Ciência sem Fronteiras. Ela também ressaltou a importância do estimulo dos pais e da escola. “Minha escola é fantástica, é uma escola super pequena, e esse prêmio pra nós é um incentivo enorme”.

Já Deloan Edeberto Perini, vencedor da categoria Ensino Superior, desenvolveu um modelo de agricultura urbana. Ele explica que a ideia é produzir alimentos dentro das cidades, em meios urbanos, com pouco recurso e sem agrotóxico. “A ideia é ocupar os espaços de uma forma que melhorasse a qualidade de vidas das pessoas e a segurança alimentar”. Ele é estudante da Universidade Federal da Fronteira do Sul, campus Erechim. A universidade é nova, foi fundada em 2010, e, segundo Deleon, tem um viés social que inclui os alunos em projetos de extensão. “Sempre participei dos projetos de extensão como maneira de adquirir conhecimento mais multidisciplinar”, destacou.

Durante a coletiva a vencedora da categoria Mestre e Doutor, Bárbara Cardoso, que está na Espanha, participou por videoconferência e falou sobre a pesquisa que desenvolveu durante o mestrado. Bárbara estudou os efeitos da Castanha do Pára como fonte de selênio.

Segundo ela, o consumo de uma unidade de castanha diariamente, quando há deficiência do mineral, pode contribuir para redução do risco da doença de Alzheimer. “Essa pesquisa tem um impacto muito grande na população como um todo, porque as pessoas estão envelhecendo e com isso as doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, tem a sua prevalência aumentada. Com isso conseguimos aproximar a ciência do dia a dia das pessoas”.

O segundo lugar nessa categoria ficou para Camila Carvalho, com a proposta de avaliação do Programa Nacional de Alimentação (PNAE) para os municípios do estado do Rio de Janeiro.

Mérito Científico e Institucional

O Prêmio Jovem Cientista homenageia, também, um pesquisador de mérito cientifico e instituições às quais estiver vinculado o maior número de trabalhos qualificados apresentados para concorrer ao Prêmio.

Homenageado na categoria Mérito Científico,Franco Maria Lajolo, doutor em ciência do alimento com 48 anos de dedicação, falou da importância da temática do prêmio. “O prêmio dá visibilidade para o que é feito no Brasil, mantêm os temas na agenda e estimulam a realização de projetos evocações”.

O prêmio de Mérito Institucional foi para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), representada pela reitora Roselane Neckel. A instituição agraciada na categoria Mérito Institucional do Ensino Médio foi a Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira, de Fortaleza (CE). O professor Pedro Alves da Silva inscreveu 32 projetos de pesquisas de alunos do ensino médio, o que lhe rendeu o prêmio.

O Prêmio Jovem Cientista, instituído pelo CNPq em 1981, conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho, da Gerdau e da BG Brasil, e tem como objetivos revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade. A cerimônia de entrega da premiação será realizada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em junho deste ano, em solenidade no Palácio do Planalto.

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Fonte: CNPq