“Ciência brasileira avançou intensamente”, afirma vencedora do Nobel de Química

4 de maio de 2015 - 16:53

Ada Yonath diz que os cientistas devem focar em fazer descobertas significativas. Ela estará na sede da ABC, no Rio de Janeiro, para participar da Reunião Magna, nesta quarta-feira (6).

Única mulher entre os 12 israelenses ganhadores do Prêmio Nobel, a química Ada Yonath foi responsável por revolucionar os estudos sobre a estrutura e o funcionamento do ribossomo. Ela não acha, no entanto, que o fato de ter recebido a homenagem mais prestigiada do mundo mereça tanta atenção. “Não considero o Prêmio Nobel como o objetivo da pesquisa, seja a nível individual ou em relação a um país em geral”, afirmou Ada. A cientista estará na sede da Academia Brasileira de Ciências (ABC), nesta quarta-feira (6) para participar da Reunião Magna da entidade.

Apesar de o Brasil não ter um Prêmio Nobel, Ada Yonath vê grande potencial científico no País. “A ciência brasileira avançou de forma intensa”. Ela defende que cientistas devem se esforçar para fazer descobertas significativas e que o prêmio é o reflexo da relevância do trabalho.

Israelense graduada pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Ada Yonath foi vencedora do Nobel de Química em 2009, juntamente com os cientistas Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz. Ela é membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, da Academia de Ciências e Humanidades de Israel, da Academia Europeia de Ciências e Artes, entre outras. Em 2008, foi ganhadora do Prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência e do Prêmio Mundial de Ciência Albert Einstein.

Sobre o estudo que a levou a conquistar o prêmio, Ada Yonath explica que um dos principais processos da vida é a tradução do código genético para o que ela chama de “trabalhadores” celulares.  “Eu determinei a estrutura da partícula celular multicomponente que executa esta tarefa, ou seja, o ribossomo, o que possibilitou que se explicasse o mecanismo deste processo”, revela. Os ribossomos são estruturas presentes em todos os tipos de células, que têm como principal função a síntese de proteínas que serão usadas em processos internos celulares.

Ela esclarece que, devido ao importante papel desempenhado pelos ribossomos, quase metade dos antibióticos úteis atuam paralisando-os. “Fomos muito além das minhas expectativas, e agora sabemos os modos de ação de todos os antibióticos que têm o ribossomo como alvo, bem como as bases da resistência bacteriana a eles.”

Ada Yonath é pesquisadora no Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, uma das instituições de pesquisa multidisciplinares mais importantes do mundo, classificada pela revista norte-americana The Scientist, em 2011, como o melhor lugar do mundo para se trabalhar em pesquisa entre as instituições de fora dos Estados Unidos. Foi lá que ela completou o doutorado, com estudos de raios-X cristalográficos na estrutura do colágeno.

A participação na Reunião Magna é gratuita, mediante inscrição, e dá direito a certificado de presença. Para se inscrever, mande um e-mail com seu nome completo, instituição à qual está vinculado e número de RG ou CPF para rmagna2015@abc.org.br.
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Fonte:
MCTI