Região do Cariri tem maior volume de chuva na estação
27 de junho de 2011 - 10:24
Funceme apresenta relatório final da quadra de 2011 e revela o Cariri com maior concentração das chuvas no Estado
Fortaleza. Não houve alterações significativas dos prognósticos da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) para as chuvas no Estado. Das oito macrorregiões, somente o Cariri teve volume significativo de chuvas acima da média histórica no ano. A região também foi onde registrou-se o mais sério desastre natural em 2011, com o rompimento do canal do Rio Granjeiro, no Crato.
O relatório final da quadra chuvosa deste ano foi apresentado, ontem, pela Fundação.
No geral, os meteorologistas observaram um acúmulo de 84,4% nos reservatórios do Estado, perspectivas de safra recorde e, à exceção do Crato e Aracati, não houve maiores registros de desastres naturais, por consequência das chuvas.
O relatório foi apresentado pelo meteorologista Namir Melo. Segundo ele, o fato de regiões como o Maciço do Baturité apresentar um índice negativo de 14,3% da média histórica, ainda não é um índice significativo, porque se leva em conta o volume anual de precipitações ocorridas nos últimos 30 anos.
“Temos que considerar que cada região tem um perfil. Se 735,6mm de chuvas este ano são poucos para o Maciço do Baturité (que registrou um desvio negativo de 14,3%), isso representa muita chuva para o Sertão Central e os Inhamuns”, disse Namir.
O meteorologista disse que no Estado foram registrados de 1º de janeiro até 31 de maio, 1.800mm. Com isso, a quadra não apenas foi considerada normal, como dentro dos prognósticos feitos pela Fundação, em duas ocasiões.
O primeiro prognóstico aconteceu em janeiro passado, quando os percentuais para acima da média, normal e abaixo da média, eram, respectivamente, de 40%, 35% e 25%. Já no segundo relatório, apresentado em fevereiro passado, as chances da quadra eram 15% de ser seca, 45% normal e 40% de ser acima do normal.
“Foi isso que aconteceu. Quando isso ocorre, dizemos que acertamos”, afirmou Namir Melo. “Analisando o período chuvoso como um todo (janeiro a maio de 2011), observamos que todas as macrorregiões tiveram os totais de chuva acima da média histórica neste período. Porém, quando analisamos o mês de fevereiro a maio passados, verificamos que as macrorregiões que tiveram os totais médios de chuva acima da média histórica foram o litorais Norte, de Fortaleza, Cariri e Sertão Central e Inhamuns.
Impactos
Já as macrorregiões que tiveram seus totais médios de chuvas abaixo da média histórica foram o Litoral do Pecém, Maciço do Baturité, Ibiapaba e Jaguaribana, conforme destaca o relatório apresentado pela Funceme ontem.
Os impactos das chuvas na agricultura também foram destacados, com uma safra de grãos em torno de 1,48 milhão de toneladas, acima do prognóstico inicial que era de 1,44 milhão/t, com um aumento de 2,42%. Outro efeito positivo foi na recarga dos reservatórios do Estado. Se no início deste ano as reservas eram de 56,4% da capacidade de acúmulo, no final da estação chuvosa de 2011 (datada em 31 de maio), houve um incremento de 28,4%, passando para 84,8%.
Enquanto isso, o presidente da Funceme, Eduardo Martins, disse que o Estado ainda não detém mecanismo de inibir os desastres naturais, como os ocorridos no Crato, por conta do rompimento do canal do Granjeiro, e no Aracati, em decorrência da erosão marinha.
“Nós contamos, hoje, com o Projeto Chuva, que objetiva enviar alertas para as defesas civis municipais, mas não há um trabalho específico para inibir desabamentos, alagamentos, erosão marinha e outros efeitos ocasionados pela estação chuvosa”, afirmou Eduardo.
O presidente da Funceme disse que as chuvas deverão ocorrer, ocasionalmente, este mês. No entanto, as causas são os Ventos de Leste, como foram observados pelos radares da Fundação no posto central.
A Funceme disse que os impactos nas ações da Defesa Civil foram bem mais favoráveis este ano. Eduardo lembrou a implantação do Sistema de Observação de Tempo Severo do Projeto Chuva, em parceria com a Fundação, o Instituto Nacional de Pesquisas Meteorológicas (Inpe) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ele informou que os meteorologistas fazem plantão de 24 horas, mantendo contato direto com a Defesa Civil, permitindo, assim, ações de socorro imediatas.
MAIS INFORMAÇÕES
Fundação Cearense de Meteorologia – Avenida Rui Barbosa, 1246, Aldeota – Telefone: (85) 3101.1088
Fonte: Diário do Nordeste
Editoria: Regional
Data: 25/06/2011