Projeto-piloto em Tauá acompanhará 100 famílias

6 de dezembro de 2010 - 12:23

“Com o Lariisa, um surto de dengue, por exemplo, poderá ser prognosticado e controlado em tempo hábil permitindo a ação eficiente de agentes de saúde no local (conectados ao sistema) bem como a tomada de decisão, desde a sala de situação do governador e hospitais, até postos de saúde, Defesa Civil etc., conectando assim todas as instâncias concernentes ao problema”.
O exemplo acima é dado na própria apresentação dos pesquisadores às instituições que poderão financiar o Lariisa. Com a verba, querem desenvolver uma proposta-piloto na cidade cearense de Tauá, na região dos Inhamuns, a 337 km de Fortaleza.

Pretendem usar conversores digitais com até 100 famílias por dois a três anos. Estimam cada set-top-box ao custo de R$ 250.
O município é conhecido pela cultura digital já disseminada entre a população. O que deverá ajudar nesta fase da pesquisa. Há banda larga gratuita há tempos na cidade. A formação profissional tecnológica na rede pública de ensino é corriqueira. Já existem jovens empreendedores lá que até recentemente eram aprendizes.

Os pesquisadores avaliarão no piloto, por exemplo, como se dará a construção de um sistema de informação a partir de dados coletados/enviados, além de ferramentas para ajudar os usuários e gestores do Lariisa a terem uma melhor utilização dessas informações para tomada de decisões. Pela TV pública cearense (TVC), a ideia é que agentes de saúde auxiliem os usuários na captação de informações via conversores digitais, para interação com os módulos de inteligência do Lariisa.

Decisões às escuras
Segundo Odorico Monteiro, um dos idealizadores do projeto, a ideia é fazer que os sistemas de saúde se comuniquem de forma inteligente e ajudem na condução das políticas públicas e demandas mais imediatas. “Estamos atrasados nessa área. Não há hoje um sistema eletrônico de comunicação de saúde integrado. Muitos gestores às vezes tomam decisões às escuras e com o Lariisa será com informações em tempo real”, afirma.

O pesquisador Mauro Oliveira disse que o governador Cid Gomes tem conhecimento da proposta do Lariisa. Foi apresentada a ele durante uma visita ao Ceará do secretário Nacional de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins. “O governador foi receptivo nas duas vezes em que falamos com ele” – reforçou Odorico. O Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), citam, projeto do governo federal semelhante ao Cinturão Digital cearense, é a possibilidade de expansão nacional para a ideia do Lariisa.

OS AUTORES
Mauro Oliveira foi secretário Nacional das Telecomunicações (2004-2005) e Secretário-adjunto de Ciência & Tecnologia do Estado (2007-2008), tendo coordenado o projeto de TV Digital brasileiro – com o conceito de interação agregado. É o idealizador do Pirambu Digital.

Odorico Monteiro dirige o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). Já foi secretário da Saúde de Fortaleza, Icapuí, Sobral e Quixadá.

 

Fonte:
Jornal O POVO
Editoria: Geral
Data: 04/12/10