Hackers Estudantes da Uece participam de guerra cibernética
6 de dezembro de 2010 - 12:14
Num ambiente virtual criado para simular ataques de Chackers, alunos de Computação da Uece aprimoram técnicas de segurança de dados. Apenas dois grupos do Brasil participam da competição, que reúne 16 países
Uma guerra que não envolve tanques, nem jatos. O campo de batalha é substituído pelo ambiente virtual, e os soldados são “hackers”, especialistas, entre outras coisas, em obter acesso não autorizado a sistemas. O cenário parece de filme, mas para estudantes de Computação da Universidade Estadual do Ceará (Uece) a experiência de participar de uma “guerra cibernética” é bem real.
Sem precisar sair do Campus do Itaperi, eles participaram ontem da UCSB iCTF, competição internacional de segurança da informação organizada pela Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos.
Os estudantes da Uece e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) integram as únicas equipes brasileiras na competição, que reúne 72 grupos de 16 países, totalizando mais de 800 participantes no mundo todo.
O objetivo dos competidores é combater espiões de um país fictício que decide invadir os sistemas do governo federal de um país inimigo. “Pontua quem consegue atacar mais as funcionalidades deles (dos espiões)”, explica o professor André dos Santos, diretor do Information Security Research Team (Insert), grupo de pesquisa da Uece em Segurança de Dados.
André explica que a competição é um grande laboratório de aprimoramento na área de defesa de sistemas. “Qualquer país tem que se precaver desse tipo de ataques (cibernéticos)”, avalia.
De acordo com Pablo Ximenes, aluno do mestrado, até o começo da noite de ontem nenhuma das 72 equipes havia pontuado na competição. Numa disputa monetária fictícia, a equipe da Uece estava entre os 30 primeiros, com 1.200 dólares.
Pioneirismo
De acordo com o professor, a Uece, criará um Centro de Excelência em Segurança Cibernética, o primeiro do gênero no País.
O centro aguarda a liberação de recursos de emendas de deputados federais, mas a perspectiva é que ele seja iniciado em março de 2011. “O objetivo é capacitar os órgãos a se defender de ataques”, detalha André. Segundo ele, o projeto tem apoio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A segurança dos sistemas de órgãos do governo são essenciais para evitar ataques de inimigos. Serviços de energia elétrica e até nucleares podem ser alvo de “hackers”
SAIBA MAIS
Como se proteger
– Para usuários comuns, o cuidado mais importante ao acessar sistemas de computadores deve ser com a senha.
– “Uma senha fácil pode ser adivinhada (por invasores), mas ela não pode ser tão difícil a ponto de você ter que escrever atrás do cartão”, ensina o professor André dos Santos.
– Outras dicas são: manter os antivírus atualizados e não abrir tudo o que se recebe por e-mail, desconfiando dos que oferecem muitos benefícios e os de origem duvidosa ou desconhecida.
Fonte:
Jornal O POVO
Editoria: Fortaleza
Data: 04/12/10