Geopark pode ganhar selo verde de responsabilidade

18 de novembro de 2010 - 11:31

A Conferência, aberta oficialmente ontem pelo vice-governador Francisco Pinheiro, termina amanhã. Reúne os maiores especialistas em Geoparks e representantes da Unesco

Após duas visitas às áreas que formam o Geopark Araripe, no Cariri, pesquisadores da Unesco consideraram que a gerência está sendo feita de forma responsável, por isso o único geopark latino-americano pode ganhar o selo verde que indica responsabilidade e cuidado quanto à exploração florestal. As visitas são feitas periodicamente pela Unesco para que seja renovada a chancela da área que abrange nove geossítios em seis municípios.

No primeiro dia da 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparks, que se realiza até amanhã no Centro de Eventos Boulevard, entre os municípios de Juazeiro do Norte e Barbalha, o destaque foi para a importância do envolvimento da comunidade nos geoparks. Representantes de cinco países (Argentina, Chile, Nicarágua. Venezuela e Uruguai) participam da conferência.

Ontem, a participação ativa das comunidades já foi citada como de suma importância na criação e cuidados com as áreas que estão pleiteando o título de geopark no Brasil e em outros países da América Latina e ainda será tema de palestras hoje. “Foi a própria comunidade, através do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável que propôs a criação do Geopark Quarta Colônia que envolve nove municípios no Rio Grande do Sul”, disse o geólogo Michel Godoy.

Ele é um dos que participa da Conferência para apresentar o projeto do seu estado como aspirante a geopark. Disse que o inventário já está pronto e a comunidade se empenha em que a proposta se torne realidade. O mesmo espera o geólogo Marcos Nascimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que expõe, no evento, o projeto do Geopark Seridó. Região ao sul do Rio Grande Norte, é rica em sítios arqueológicos, inscrições rupestres, além de trilhas, rios, tanques naturais e vegetações da caatinga. “Temos um potencial de geopark quase pronto”, diz o autor do inventário da área que envolve oito cidades.

Manuel Schhlling, do Serviço Nacional de Geologia e Minerologia do Chile, é também um dos que está apresentando um projeto como aspirante a geopark em seu país. “É uma região ao sul do Chile, a 800 quilômetros de Santiago (a capital). São 21 geossítios e seis deles são considerados de relevância internacional”, define. Ele disse que, naquela região, existem vários vulcões ativos, sendo de grande interesse de pesquisadores.

Manuel Schilling já esteve no Geopark Arouca, em Portugal, que ele considera um dos mais organizados entre os europeus. “Há programas de educação ambiental e de turismro. Os recursos naturais são muito bem cuidados . Os gestores estão sempre atentos”. O coordenador do Geopark Arouca, Artur Sá, abre hoje o segundo dia da Conferência, às 8h30min, com o tema “Geoparques e Desenvolvimento Sustentável.

 

 

Fonte:
Jornal O POVO
Editoria: Ceará
Data: 18/11/10