Brasil e Canadá discutem em Fortaleza gestão do conhecimento e inovação em saúde

5 de novembro de 2010 - 11:50

Wokshop será realizado nos dias 8 e 9 pela UFC, Fiocruz, Ripass e Abrasco

O Brasil e o Canadá – dois países que possuem uns dos maiores sistemas
de saúde pública no mundo – vão dialogar e trocar experiências nos
dias 8 e 9 de novembro, em Fortaleza, no I Workshop Internacional de
Gestão do Conhecimento e Inovação em Saúde. O evento será realizado no
Hotel Mareiro (Av. Beira Mar, 2380) pela Universidade Federal do Ceará
(UFC), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ripass e Abrasco, com apoio do
governo do Estado do Ceará, Funcap, BNB e Instituto Centec.

 O presidente do Instituto Centec, Odorico Monteiro, observa que o
Brasil e o Canadá possuem sistemas de saúde fortes e são grandes
consumidores de tecnologia, com desafios na gestão do conhecimento e
na necessidade de adoção de inovações em saúde. “O complexo produtivo
da saúde é o maior responsável pelo déficit na balança comercial do
Brasil. O país é dependente de importações até de sais para a produção
de aspirina, comprados na Índia, disse ele.

A aplicação do conhecimento na geração de produtos para o Sistema
Único de Saúde (SUS) de modo a evitar a importação de insumos e
ampliar a sua base de cobertura territorial faz parte de uma
estratégia do país. A iniciativa consubstancia o Programa Mais Saúde:
estratégia do setor saúde para o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) do governo federal, que prevê nas ações da Fiocruz orçamento de
R$ 1.016.930.000,00 no Programa Plurianual (PPA) e R$ 1.868.890.608,00
para expansão.

Os recursos são destinados à implantação do Centro de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico e à estruturação de cinco novas unidades da
Fiocruz (RO, PI, CE, MS, PR). Vão financiar também a implantação de
biotérios para atender às demandas de ciência e tecnologia em saúde, o
aumento da produção de medicamentos pelos laboratórios oficiais e o
atendimento a 80% das necessidades do Programa Nacional de
Imunizações, envolvendo o domínio do ciclo tecnológico das vacinas do
PNI.

O Ceará faz parte do Programa Mais Saúde incluído no PAC com de
investimento de R$ 25 milhões na unidade da Fiocruz a ser implantada
em 11,4 hectares no Eusébio ao lado de 50 hectares para um Polo
Tecnológico em Saúde com empresas privadas que desenvolvem produtos de
inovação na área de biotecnologia. O workshop será aberto às 9h com a
conferência do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha – O papel da
Fiocruz na gestão do conhecimento e inovação em Saúde no Brasil -,
coordenada pelo secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior,
René Barreira.

Às 10h30, será a abordada a Gestão do Conhecimento e Inovação em Saúde
– Experiência Canadense, em mesa coordenada por Hudson Pacífico, da
Universidade de Montreal. Três temas serão discutidos: A relação entre
o complexo produtivo da saúde e a avaliação da tecnologia em saúde no
Canadá, por Pascale Lehoux; A política de gestão do conhecimento e
inovação em saúde no Canadá, por Jean-Louis Denis – ambos da
Universidade de Montreal – e Transferência e Comercialização de
Tecnologias Acadêmica para Inovação em Saúde, a cargo de Fiona Miller,
da Universidade de Toronto.

Às 14h vai ser tratado do painel Gestão do Conhecimento e Inovação em
Saúde – Experiência Brasileira, com a coordenação de Luiz Eugênio
Portela de Souza (UFBA). O tema Inovação em Saúde e Desenvolvimento
será discutido por Ana Luisa Viana (USP); Leonor Pacheco, diretora do
Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, fala de
Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do Brasil, e
Gilvania de Melo, coordenadora de Gestão do Conhecimento do DECIT-MS
discorre sobre Gestão do Conhecimento em Saúde no Brasil.

De acordo com Odorico Monteiro, depois da indústria bélica a segunda
maior economia no mundo é a do complexo industrial da saúde. A pauta
econômica será debatida na mesa O Complexo Produtivo de Saúde no
Brasil, coordenada por Fernando Carvalho (Fiocruz), que falará sobre o
Complexo Econômico-Industrial de Saúde Brasileiro, com o
vice-presidente da Fiocruz, Carlos Gadelha. Em seguida vai ser
discutido o Pólo de Desenvolvimento de C&T da Saúde no Estado do Ceará
por Carlile Lavor (Fiocruz), pelo secretário de Saúde, José Arruda
Bastos e o empresário Augusto Reinaldo Pimentel Guimarães, da Agência
de Desenvolvimento do Ceará (Adece).

No dia 9 de novembro, às 9h, a apreciação dos Modelos de
Institucionalização das Ações de Avaliação e Incorporação das
Tecnologias de Saúde (ATS), com a coordenação de Moisés Goldbaum
(Fiocruz), enfoca a Institucionalização da avaliação, com palestra de
Jean-Louis Denis, da Universidade de Montreal; Pascale Lehoux, da
Universidade de Montreal aborda o tema Modelo de Agência de ATS, e
Vânia Canuto Santos – DECIT-MS a Situação atual e perspectiva da ATS
no Brasil. Cláudio Maierovitch, diretor da Comissão de Incorporação de
Tecnologias do Ministério da Saúde (CITEC), fala de Iniciativas
recentes de articulação das ações de C&T com a inovação.

Está prevista para as 11h30 a Mesa Cooperação Brasil-Canadá, com
relato da Experiência do Memorando de Entendimento entre Brasil e
Canadá a cargo de Félix Rigoli (OPAS/Representação Brasil).  Mauro
Oliveira, do Centec, fala do Lariisa – Uma plataforma inteligente de
governança para a tomada de decisão em sistema de saúde, e Hudson
Pacífico, da Universidade de Montreal, sobre o tema Organização do
Livro Coletivo: Gestão do Conhecimento e Inovação em Saúde a
Experiência do Brasil e Canadá.

Às 14h30 será realizada reunião da Comissão de C&T da Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), coordenada
por Luiz Eugênio Portela de Souza (UFBA), seguida, às 14h30, de
Reunião da Rede Interdisciplinar de Pesquisa e Avaliação em Sistemas
de Saúde (RIPASS), coordenada por Ivana Barreto (UFC).

 Por Flamínio Araripe“.