Alunos do Liceu participam da Olimpíada de Foguetes

25 de outubro de 2010 - 11:29

O grupo Apollo XI, formado por estudantes do Liceu de Barbalha, concorre à IV Olimpíada Nacional de Foguetes

Barbalha. Sonhar não custa nada. Mas a criatividade pode levar a voos inimagináveis. Os cinco alunos da Escola Estadual de Educação Profissional Otília Correia Saraiva – Liceu de Barbalha, conseguiram ter a primeira colocação em nível de estado, na IV Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBFOG) e agora avançam para etapa nacional. Isso, depois de passarem por várias equipes dentro da própria escola, primeiramente. Hoje, estão entre os preferidos para a II Jornada Brasileira de Foguetes, que se realizará nos três primeiros dias de dezembro deste ano, em Passa Quatro, no Estado de Minas Gerais. O grupo foi batizado de Apollo XI, em homenagem a quinta missão tripulada do Programa Apollo e primeira a pousar na Lua, em 20 de julho de 1969. Com o primeiro resultado o grupo já se inclui entre os 50 melhores do Brasil.

A equipe está empolgada e o treinamento acontece todos os dias com os foguetes. A ideia é poder quebrar recordes consecutivos, para se chegar em Minas Gerais e poder mostrar o potencial da região. “Vamos estar lá para ganhar mesmo. Queremos vir para o Cariri com este prêmio”, diz o estudante Samuel Teixeira da Silva. O trabalho foi iniciado com várias pesquisas, tanto no laboratório do Liceu, como também nas ruas. A maioria dos integrantes do grupo reside na Zona Rural.

As garrafas pet foram usadas, inicialmente, e também produtos para o combustível do foguete, feito de materiais simples, como garrafas de plástico, papelão e madeira, para dar peso e sustentação a base. Limão e refrigerante, entre outros produtos ácidos, são os combustíveis que podem dar pressão para que a experiência tenha a sua eficiência necessária. Mas os alunos foram mais longe e chegaram ao que consideram ideal como forma de manter o pequeno foguete no ar e de forma equilibrada, até ser classificado em nível de Estado.

Experimentação
Durante a modalidade escolar o foguete alcançou 82,25 metros, utilizando como combustível o ácido acético – contido no vinagre – e bicarbonato de sódio, que, por neutralização, libera hidrogênio gasoso, garantindo o empuxo do foguete. A plataforma é confeccionada com material reciclável, como madeira e cano PVC, montado em um ângulo estável de 45º.

Há mais de um ano, o professor Andrevaldo Gladson Pereira Tavares, pela sua admiração às experiências relacionadas aos foguetes e a sua importância lúdica e pedagógica para os alunos, decidiu inscrever o Liceu na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), quando também acontece a Olimpíada de Foguetes. A empolgação dos alunos é um dos resultados alcançados. “Esse trabalho me faz aprender na prática, estudar com mais estímulo Física, Química e Biologia, e entender na prática como isso pode acontecer”, diz Samuel.

E essa constatação imediata das experiências científicas que contribuem diretamente para o aprendizado e novas descobertas é feita pelo professor que coordena a missão dos alunos e irá acompanhá-los até o Estado mineiro. Assim, eles fizeram os foguetes de material reciclável, utilizando madeira, papelão e cano PVC. Para o combustível, os alunos usaram água gaseificada, vinagre, bicarbonato de sódio e suco de limão. Todos esses elementos estão dentro da proposta do “Ano da Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Local”, explica.

A experiência não necessita de explosivo, tóxico ou qualquer material que produza faísca. O foguete é lançado pela força da reação de um ácido com sal, mistura produtora de um gás que gera pressão. Depois, é só começar a contagem regressiva para o lançamento. De frente ao Liceu mesmo são realizadas as sucessivas experiências. Uma mesa de plástico para inserir a base, um cabo de madeira, a inserção do combustível e a contagem regressiva.

A iniciativa chama atenção para a utilização de materiais que antes eram destinados ao lixo e que agora são transformados em foguetes. A instituição de incentivo à experiências como esta em salas de aulas é a Universidade Federal do Rio de Janeiro. As principais metas colocadas para os que se destinam à tarefa de inventividade está relacionada ao alcance e à criatividade do foguete, em paralelo ao plano horizontal.

O grupo de inventores é formado por estudantes na faixa etária de 15 a 17 anos. A delegação cearense estará composta por seis escolas da rede pública, descritas na seguinte ordem de classificação na modalidade estadual: E.E.E.P. Otília Correia Saraiva – Barbalha, E.E.M. Júlio França – Bela Cruz, Colégio da Polícia Militar do Ceará – Fortaleza, E.E.M. Liceu Vila Velha – Fortaleza, E.E.E.P. Professor Walquer Cavalcante Maia – Russas e a E.E.E.P. Avelino Magalhães – Tabuleiro do Norte. A equipe do Liceu é composta pelos alunos João José de Sousa Neto – 1º ano; Alisson de Sousa Pereira, André Cruz Macêdo Neto, Samuel Teixeira da Silva e Tonismar Gomes dos Santos – 3º ano. Todos são do Curso Técnico em Informática.

Expectativa
“Esse é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade”. Uma das frases mais ouvidas na humanidade após o ano de 1969, por Neil Armstrong, é repetida pelos alunos que sairão do Cariri para representar o Estado, mais cinco equipes. Lá estarão com todas as explicações na ponta da língua e todo o processo milimetricamente estudado. O tempo é importante, por fazer parte do processo competitivo. A grande esperança é do Apollo XI sonhar com essa mais nova conquista. Um pequeno e simples salto dos alunos para o que eles consideram uma grande conquista para as suas vidas.

Vitória
“A gente não imaginava a classificação. Mas os alunos têm vontade de vencer”
Andrevaldo Gladson
Professor

MAIS INFORMAÇÕES
E.E.E.P. Otília Correia Saraiva – Liceu de Barbalha
Rua Projetada, S/N – Parque Bulandeira
(88) 3523.2366

 

 

Fonte:
Diário do Nordeste
Editoria: Regional
Data: 25/10/10