Inovação no campo é reconhecida

16 de setembro de 2010 - 12:15

O I Prêmio Instituto Agropolos de Inovação Rural premia três iniciativas criativas do Interior cearense

Mais do que novidades na fruticultura e floricultura, a Frutal 2010 tem dado destaque ao conhecimento como forma de superar limites na produção do campo. Ontem, foram homenageados com o I Prêmio Instituto Agropolos de Inovação Rural três pessoas que partiram de ideias simples para construir novas formas de dialogar com recursos naturais e produzir mais.

O vencedor do prêmio, o agricultor e mecânico de 44 anos, Geraldo de Sousa Mota, de Tauá, desenvolveu uma quadriciclo ou minitrator com funções variadas para a lida com a terra, facilitando o trabalho do agricultor por um preço absolutamente acessível. “Essa ideia tive quando trabalhava na roça, quando tinha sete anos, mas nunca tive oportunidade. Já tinha oficina nesse tempo e desenvolvi um de maior potência”, explica o mecânico.

O invento está sendo também fabricado com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), está sendo vendida por R$ 12.000,00. Ele limpa a terra, ara, puxa uma carroça com capacidade para 500 quilos, pulveriza e dispõe de um hidráulico que facilita o manejo de todos os equipamentos. “Já está testado há um ano e 6 meses. Não teve problema, nem gastos. Somente uma corrente que rompeu, que custa R$ 30. Não tem despesa, a tendência é do agricultor ter muita renda. Entra em qualquer lugar. Ainda vai melhorar mais, por que quer botar roçadeira”, garante Mota.

O segundo lugar foi para Antônio Alves Barbosa, de 61 anos, de São João do Jaguaribe, que depois de “tanto quebrar a cabeça” tentando descobrir como resolver o problema de gotejamento de água dos canos, desenvolveu uma válvula peculiar. Nascia o que ela chama de válvula de pé, invento que lhe levou um dia inteiro para construir, feito com um pedaço de madeira, outro de cano aberto e uma sola de borracha, que é acoplada ao cano de sucção. “Fiz a válvula por acaso. Estava com uma convencional quase no prego e fiz essa de madeira. O pessoal começou a rir, mas não é que deu certo? Hoje eu faço e vendo para muita gente”, explica Barbosa.

Apicultura
O terceiro lugar do prêmio do Instituto Agropolos foi um jovem apicultor de Cariús, que desenvolveu uma colmeia de concreto armado. Francisco Narcélio Alves Nogueira, de 26 anos, pensou em gastar menos para iniciar o negócio. “A princípio, a ideia foi baratear o custo de produção. Tive a ideia de fazer a colmeia de isopor, mas não deu certo. Raciocinei e fiz essa de concreto, que é muito mais barata que a de madeira. Existe certa dificuldade para alavancar o negócio pelos insumos serem caros”, avalia.

 

 

Fonte:
Diário do Nordeste
Editoria: Negócios
Data: 16/09/10