Valoração da tecnologia é quesito fundamental para pesquisadores das ICT públicas

12 de agosto de 2010 - 16:42

Mais de 80% dos investimentos em P&D no país vão para instituições públicas. O tema foi discutido na 7ª Reunião da RedeNIT-CE

O pesquisador das instituições públicas brasileiras sabe explorar economicamente uma tecnologia desenvolvida? Diferente dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, em que os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento são realizados por empresas privadas com vistas ao lucro, no Brasil, mais de 80% de recursos em P&D são custeados pelo governo, principalmente por meio das instituições públicas de C&T, que incluem as universidades e os centros de pesquisas.

Valorar a tecnologia – ou seja, atribuir-lhe valor justo e compatível para sua comercialização – é, portanto, fundamental para os pesquisadores das ICT públicas, já que são elas que recebem a maior fatia no volume de recursos para P&D. Com o objetivo de discutir o tema “Valoração de Tecnologias”, as instituições integrantes da Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (RedeNIT-CE) participaram de sua sétima reunião da RedeNIT-CE, na última terça-feira (27/07), no Senai-CE.

Quem expôs o tema foi a engenheira Lourença da Silva, responsável técnica do Núcleo de Coordenação da Inovação, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia federal vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Em sua apresentação, que enfatizou o processo de Gestão da Inovação, Lourença afirmou entender que a Lei de Inovação, criada em 2004, veio para facilitar às ICT públicas a transferência de tecnologias desenvolvidas para empresas privadas, com fins econômicos.

A engenheira explicou que para valorar uma inovação tecnológica é necessário primeiro compreendê-la. A partir daí, os métodos utilizados pra valoração são os mesmos utilizados pelas empresas, que incluem uma boa avaliação da tecnologia, o que só é possível após entender todo o processo de geração da tecnologia/inovação tecnológica.

Lourença descreveu o passo-a-passo para elaboração de um projeto de P&D, definindo estratégias, táticas e operacionalização, bem como a preparação do produto/processo à escala comercial, tanto para fabricação quanto para o seu lançamento no mercado. Devem ser analisadas, portanto, não só as mudanças tecnológicas, mas também as de mercado. A ideia é fornecer à tecnologia um valor esperado que, de certo modo, supra os riscos que fazem parte de qualquer processo de inovação tecnológica.

As Reuniões da RedeNIT-CE integram o apoio dado pela Secitece ao fortalecimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e à Cultura da Propriedade Intelectual. Além dos NIT da UVA, Embrapa, Nutec, Instituto Atlântico e vários participantes do NIT do Senai, compareceram a 7ª Reunião três técnicos da Embrapa do Acre, convidados pelo coordenador do NIT da Embrapa do Ceará, Genésio Vasconcelos. Além da própria Secitece, estiveram na reunião representantes do Sebrae e da ABIN, instituições parceiras da RedeNIT-CE.