Estado pode induzir inovação com as MPEs

11 de agosto de 2010 - 11:15

“Com o tema “”Redes de Inovação e Cadeias Produtivas””, evento objetiva inserir cultura da inovação nas empresas”

O setor privado brasileiro investiu cerca de R$ 15 bilhões em inovação no ano passado. Dois terços desse total (R$ 10 bilhões) correspondem a aplicações de associados à Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras). A entidade, que reúne hoje 150 empresas e instituições no País – incluindo organizações do Grupo Edson Queiroz como a Universidade de Fortaleza (Unifor), Esmaltec e Nacional Gás – realizará em Fortaleza, de 20 a 22 de junho de 2011, a XI Conferência Anpei, que contará com a parceria da Fundação Edson Queiroz, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará e da Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Com o tema “Redes de Inovação e Cadeias Produtivas”, o evento se propõe a inserir a cultura da inovação nas micros e pequenas empresas, visando fortalecer e ampliar a competitividade de toda a cadeia produtiva. “Mais de 50% dos associados à Anpei são de grande porte, como a Petrobras e a Embraer. Porém, aqui no Nordeste, estão apenas 6% das grandes empresas que inovam hoje no País. Isso mostra o quanto as micros e pequenas são fundamentais para fortalecer o processo de inovação no Ceará e na Região”, afirma o vice-presidente da Anpei, Guilherme Marcos de Lima.

Dados da Associação indicam que em 2009 o Ministério da Ciência e Tecnologia investiu mais de R$ 8 bilhões em inovação no Brasil. O incremento dos recursos federais voltados à área nos últimos anos é da ordem de R$ 1 bilhão a mais por ano. Segundo Guilherme de Lima, esse e outros fatores igualmente positivos, como a consolidação de políticas públicas e a melhoria na estrutura dos mecanismos estaduais de incentivo às práticas inovadoras, têm contribuído para criar um ambiente mais propício à inovação. Mas é preciso mais.

“A cultura da inovação no País está caminhado a passos largos sim, mas no ano passado a balança comercial do Brasil voltou a ter a mesma pauta da década de 70. Em contrapartida, no cenário mundial cada vez mais a inovação é percebida como diferencial competitivo e estratégico. E a velocidade lá de fora é bem maior que a nossa. Precisamos aumentar o passo para competir nesse ambiente”, alerta o vice-presidente da Anpei, lembrando que a perspectiva da China no ano é investir US$ 500 bilhões em inovação.

Protagonistas

Para colocar definitivamente a inovação na pauta do Estado, a Anpei quer tornar as empresas cearenses protagonistas do processo de inovação. Segundo a entidade existem hoje muitas políticas de fomento do governo, mas que nem sempre elas se alinham às demandas do setor produtivo. “Hoje não é só o produto que precisa ser competitivo. Todos os elos têm que ser inovadores para não prejudicar a cadeia. Por isso nosso foco na próxima conferência anual nas cadeias produtivas e redes de inovação”, justifica Mário Barra, diretor da Anpei e criador do evento, que completa 11 anos.

Conforme o precursor da Conferência Anpei, a escolha de Fortaleza para sediar a XI edição do encontro no próximo ano se deve ao fato de o Ceará estar despontando como um polo inovador dos mais promissores no País. “A atração de negócios como a siderúrgica do Pecém, a ZPE, o polo petroquímico, além do imenso potencial do Estado na área das energias renováveis, são pontos que formam uma ambiência favorável a inovação”, diz. Nesse contexto, a contribuição das MPEs será fundamental para garantir a competitividade de todos os elos das cadeias envolvidas. A XI Conferência Anpei, a ser realizada no Centro de Conveções de Fortaleza, ocorrerá entre os dias 20 e 22 de junho de 2011.

 

 

Fonte:
Diário do Nordeste
Editoria: Negócios
Data: 11/08/10