Centros de Inclusão Tecnológica e Social (Cits)

24 de junho de 2010 - 10:40

A inclusão digital de uma população como a brasileira, na qual só 10% têm acesso à internet, pode se dar concomitante com inclusão tecnológica e social. Estamos atrasados, mas podemos avançar rápido para enfrentar o desafio da exclusão digital e social. Este é o objetivo de uma rede de educação profissional para capacitação da população para o mundo do trabalho que, a partir de julho, vai operar em sete bairros de Fortaleza, os Centros de Inclusão Tecnológica e Social (Cits).

O Cits vai trabalhar com a inclusão digital, a extensão tecnológica, vocações, educação a distância e educação permanente de milhares de jovens e trabalhadores que já estão no mundo do trabalho. Para muitos vai ofertar a educação inicial e continuada em vários ofícios, formar pedreiros, soldadores, profissionais para mecânica de motos, mecânica industrial, gastronomia, hotelaria, manutenção de ar condicionado e outros serviços demandados pelo mercado. Criará também a possibilidade de inserir as pessoas em curso a distância integrando-se ao Centro de Educação a Distância que está sendo construído em Sobral.

O Instituto Centec participa da iniciativa em parceria com a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), Serviço Nacional de Emprego (Sine), Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) e associações comunitárias. O Cits serão implantados nos espaços onde antes funcionavam as sete unidades do projeto Aprender, Brincar, Crescer (ABC) que se ressignifica com as reformas e ampliações da base física, agora com o foco na capacitação.

A ressignificação do Cits ocorre no curso de uma política desenvolvida e implantada pelo governador Cid Gomes, o plano integrado da educação profissional e tecnológica. A UFC e o IFCE se expandem ao Interior, o Instituto Centec vive uma redefinição, surge o Ensino Médio Integrado (EMI) nas Escolas de Educação Profissional da Secretaria de Educação (Seduc).

Quando o governador pensou o Ronda do Quarteirão, estava muito claro que tinha um conceito muito parecido com o Programa Saúde da Família, ao vincular a atuação de segurança ao bairro, a adscrição da população alvo. A ressignificação dos ABC foi proposta pelo deputado Ariosto Holanda, que denomina de Ronda Social esta ação implantada pelo governo do Estado. Vejo como Ronda Social a integração das políticas públicas no território, um desafio para todas instituições do município.

A ideia é articular o Ronda do Quarteirão, o agente de saúde, o agente de endemias, a estratégia Saúde da Família, a escola, os Cits e, assim, construir o Ronda Social. Nessa perspectiva, o Ronda Social é a integração matricial das políticas públicas em nível local, onde as pessoas vivem. É a construção de uma agenda social com um braço dos Cits, das redes sociais organizadas nas comunidades, que vem fortalecer a educação popular e o apoderamento comunitário.

 Luiz Odorico Monteiro de Andrade – Presidente do Instituto Centec


Fonte:

Jornal O POVO
Editoria: Opinião
Data:22/06/10