Formação de professores de ciência ainda é deficiente, afirmam debatedores na 4ª CNCTI

1 de junho de 2010 - 10:23

[Brasília-DF] O ensino de ciência e matemática nas escolas também foi debatido durante o segundo dia da 4ª CNCTI.  Entre as principais problemas apresentados pelos palestrantes  estão a má formação dos docentes de ensino básico e os baixos salários.

Segundo o professor Luiz Carlos Menezes, da Universidade de São Paulo (USP), apesar de o Brasil ter conseguido expandir o ensino básico e ensino superior, essa expansão não implica melhoria qualitativa da educação no país.  Na opinião do professor, as universidades precisam aprender a valorizar a formação de professores. “O avanço de ciências no país ainda não é correspondente à formação de docentes para o ensino de ciências”, alertou.

Ele afirma serem necessários mais investimentos em cultura, incluindo-se a cultura científica e tecnológica. “Precisamos produzir cidadãos conscientes, que não se enganem com ideias facilmente vendidas pela mídia, como a cura do câncer, por exemplo”.

O Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC),Eliezer Moreira Pacheco, reforçou a fala do professor Menezes e disse que os cursos de licenciaturas normalmente apenas reproduzem debates pertinentes para o mestrado e doutorado e isso cria uma lacuna na formação dos professores de ciências das escolas.

Para Eduardo Mortimer, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, é preciso pensar em políticas científicas que integrem os quase duzendos programas de pós-graduação das áreas de educação e de ensino de ciências e matemática com as milhares de escolas brasileiras. Ele também concordou com os colegas sobre a necessidade de melhor formação dos professores de ensino básico e aprentou dados alarmantes para o ensino de química no país. Segundo o professor, de quase 25 mil professores trabalhando em escolas de ensino médio, apenas cerca de 8.500 possuem licenciatura em Química. De acordo com ele, isso acontece devido ao baixo salário pago ao professor. “Em Minas Gerais, o salário de um professor de ensino médio que trabalhe 24 horas por semana é, em média, de R$900. Isso faz com que os profissionais licenciados em Química migrem para outras áreas com melhor remuneração”, finalizou.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Funcap