Incubadora recebe R$ 987,3 mil

3 de março de 2010 - 09:58

O Parque de Desenvolvimento Tecnológico da UFC vai distribuir o recurso entre outras cinco incubadoras afiliadas. Juntas, elas ajudam a desenvolver mais de 60 projetos inovadores de empresas recém-formadas

Sertão central do Ceará, início dos anos 2000. Na cidade de Quixeramobim, Francisco Antônio Rabelo fabricava nada mais que humildes esculturas e troféus em pedra sabão. Hoje, quase dez anos depois, o artesão vende para o Exterior joias esculpidas em prata e pedras naturais, participa de exposições Brasil afora e às vezes tem que contratar mais gente para atender às demandas.

“Uso até espinho de mandacaru nas minhas peças. Essas joias tiveram uma aceitação fantástica nos mercados de Portugal, da Espanha, Holanda“, conta orgulhoso o proprietário da Ceará Design. A empresa é uma entre várias outras beneficiadas pelos trabalhos de desenvolvimento empresarial executados por centros e parques tecnológicos do Estado, as incubadoras – que já são 14 no Estado.

Em março, uma das maiores delas, o Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec) da Universidade Federal do Ceará, vai receber o valor de R$ 987.291,37 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), conforme divulgado ontem na 7ª Reunião do Fórum de Incubadoras e Empresas Incubadas, realizada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece).

O dinheiro disponibilizado pela Finep é fruto do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe-Subvenção), lançado em 2006. Vinculado a esse projeto está o Programa Nacional de Incubadoras (PNI), que repassou quase R$ 12 milhões não-reembolsáveis (por isso, subvenção) a cerca de 18 incubadoras âncoras pelo País, em seu primeiro edital.

No edital de 2009, que disponibilizou quase R$ 10,5 milhões, o Padetec foi uma das 12 incubadoras âncoras beneficiadas. O benefício de quase R$ 1 milhão deve ser empregado em bolsas-auxílio, materiais de consumo, consultoria e passagens para participação em eventos.

Segundo o superintendente financeiro do Padetec, professor Ary Marques, no mínimo, 40% desse dinheiro deve ser aplicado nas cinco incubadoras afiliadas ao Padetec. Cada uma delas, por sua vez, deve destinar no mínimo 80% de sua parcela no suporte às atividades de consultoria e capacitação desenvolvidas nas empresas incubadas. O prazo de utilização do recurso é de dois anos.

Berçários

“As instituições incubadoras oferecem as condições para que uma empresa se desenvolva, assim como acontece com os bebês pré-maturos nas maternidades“. A comparação é do coordenador de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secitece, Francisco Carvalho. As incubadoras podem ser universidades, centros de pesquisa ou institutos tecnológicos da Região Metropolitana ou do Interior.

Essas instituições trabalham o desenvolvimento dos empreendedores dando consultorias e capacitação nas áreas gerenciais, de finanças, mercado e marketing. “As incubadoras vão oferecer às empresas todas as condições necessárias para que elas se tornem competitivas no mercado de trabalho“, explica Carvalho. Para ter sua empresa incubada, o empreendedor deve montar um plano de negócios inovador em qualquer área e apresentá-lo à incubadora.

O Padetec, por exemplo, é uma incubadora de base tecnológica que auxilia mais de nove projetos inovadores, em vários segmentos: alimentos, metalmecânica, telecomunicações, têxtil, hidráulica. Já a Incubadora Tecnológica do Instituto Centec (Intece) tem 50 incubadas pelo Interior.

EMAIS

– São incubadoras afiliadas ao Padetec (incubadora da UFC): a Incubadora de Software do Ceará (Incubasoft); o Parque Tecnológico do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Partec); a Incubadora Tecnológica do Instituto Centec (Intece); o Espaço de Desenvolvimento Empresarial Tecnológico da Unifor (Edetec); e a Incubadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (Incefetce).

– O programa Pappe-Subvenção da Finep é considerado modelo de subvenção com funcionamento descentralizado.

 

Fonte: O Povo