Inovação ajuda a avançar em novos mercados

10 de fevereiro de 2010 - 09:33

Micros e pequenos empresários ainda precisam despertar para o poder da inovação em seus negócios

Entre as oportunidades que despontam para o crescimento das micros e pequenas empresas (MPEs) a inovação, certamente, é uma delas. Isto porque, explicam os especialistas, as empresas ainda não entenderam a inovação como um instrumento para a competitividade e para avançar em novos mercados.

“Hoje, se imagina a inovação apenas como a adoção de alta tecnologia, mas não é. Às vezes, a criação de uma simples planilha pode ajudar as empresas a obterem um resultado diferente, a inovar”, explica Herbart Melo, articulador da Unidade de Inovação do Sebrae-CE.

Segundo ele, ainda é difícil mensurar a proporção de MPEs que inovam no Ceará. “Entendendo a inovação como a adoção de alta tecnologia, o porcentual deve ser zero. Mas por outro lado, compreendendo como mudanças necessárias para melhorar a produtividade da empresa, existe sim quem, de uma maneira ou de outra, inove no Estado”, comenta.

No entanto, essa não é uma realidade exclusiva do Ceará, mas de todo o País. Pesquisa realizada pelo Sebrae de São Paulo, por exemplo, mostra que quase a metade (57%) das MPEs paulistas raramente introduzem inovações para a melhoria ou novidades de seus negócios. A pesquisa foi realizada, em 2008, com 450 empresas sediadas no Estado, nos setores da indústria, comércio e serviços, com o objetivo de identificar o grau de inovação existente e avaliar a frequência com que os micros e pequenos empresários empregam inovações, e desde então serve como parâmetro para as ações do Sebrae no sentido de modificar esse quadro.

De fato, ter boas ideias e colocá-las em prática rapidamente, não temer desafios e criar até mesmo em períodos de instabilidade financeira são algumas características de pessoas e empresas com perfil inovador e que precisa ser estimulado. “O estímulo à inovação é uma das prioridades do Sebrae em 2010”, reforça Melo.

Agentes locais

Entre os vários projetos implementados nessa direção, destaca o especialista, está a criação dos Agentes Locais de Inovação, os Alis. “Esse projeto é oriundo da Índia. Por meio dele, esses agentes vão até as empresas para despertar nos gestores a inovação”, explica.

Segundo o articulador do Sebrae-CE, embora devidademente capacitados, os Alis serão acompanhados de consultores seniores do órgão, assim como receberão apoio de entidades executoras dos projetos, a exemplo de universidades, dos centros tecnológicos (Centecs) e de empresas privadas. O projeto tem a duração de dois anos.

No Ceará, a meta, em um primeiro momento, é visitar 1.000 empresas em três setores e regiões pré-definidas: confecções, na Região Metropolitana de Fortaleza; produção de leite, no Sertão Central e Jaguaribe; e Calçados, no Cariri.

Para tanto, houve a capacitação de 20 agentes, mas a diretoria do Sebrae estuda ampliar o contingente, assim como o número de empresas visitadas, setores e regiões.

“Com todo esse trabalho, almejamos chegar em um estágio em que os empresários estejam sensibilizados para o poder da inovação como alavanca para aumentar a competitividade das empresas”, fala.

APOIO
Incubadoras viabilizam o uso de novas tecnologias

Criar, desenvolver e consolidar empresas competitivas também passa pela inovação. Nesse sentido, uma outra iniciativa apoiada pelo Sebrae são as incubadoras, mecanismo que estimula e assiste a criação e o desenvolvimento de micros e pequenos negócios, oferecendo suporte técnico, gerencial e formação complementar ao empreendedor. As incubadoras também facilitam e agilizam o processo de inovação tecnológica nas MPEs.

“Atualmente, existem em torno de 14 incubadoras apoiadas pelo Sebrae no Estado. Entre as quais, as do Parque Tecnológico do Ceará (Padetec) e as dos Centros Tecnológicos (Centecs), envolvendo empresas de base tecnológica, mistas e tradicionais”, explica o articulador da Unidade de Inovação do Sebrae-CE, Herbart Melo.

Segundo ele, as empresas incubadas têm acesso a serviços que dificilmente encontrariam agindo sozinhas. Além de espaço físico individualizado para a instalação de escritórios e/ou laboratórios, as incubadoras oferecem sala de reunião, auditórios, área para demonstração dos produtos, secretária e bibliotecas, além da intermediação com instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais e iniciativas privada.

Fonte: Diario do Nordeste
Editoria: Negócios
Data: 10/02/2010