Mesmo com chuvas leves, é preciso cuidado

3 de fevereiro de 2010 - 16:17

O Ceará já registra as primeiras precipitações do ano. Por isso, deve-se redobrar a atenção em relação aos raios

Em meio às tempestades do Sudeste e às chuvas que já começam a despontar no Ceará, a temperatura em Fortaleza dá sinais de mudança. Na noite da última terça-feira, o morador da cidade até se sentiu mais aliviado com a chuva que caiu e aliviou a quentura dos últimos dias. Mas foi só a precipitação passar para a sensação de abafado voltar e deixar o fortalezense incomodado.

Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a previsão do tempo para esta semana é de “chuva isolada pela manhã com tendência a céu parcialmente nublado no decorrer do período”. Desde segunda-feira, a temperatura na Capital tem variado entre 25 e 30 graus.

Porém, mesmo que as precipitações sejam leves, há cuidados que não podem deixar de ser considerados. Como informa um engenheiro eletricista do Centro de Controle de Sistema (CCS) da Coelce Wilson Barreto, o primeiro costume a ser repensado nesta época é o tradicional banho de chuva. Isso porque, segundo ele, estar calçado não é suficiente para evitar uma descarga elétrica. “Quando ela se estabelece, não existe isso de estar isolado ou não”, afirma.

Árvores

O que também deve ser evitado, durante a precipitação, é subir em árvores, ficar em locais descampados, segurar estruturas metálicas, usar torneiras e chuveiros elétricos. “Normalmente as partes mais altas estão mais sujeitas a receber um raio. Aqui no Ceará, isso é ainda mais comum na Região Norte, que responde por cerca de 60% do total de ocorrências”, explica.

Portanto, seguro mesmo é ficar em casa quando está chovendo. No caso dos centros urbanos, como Fortaleza, a vantagem é que há muitos para-raios (sistemas de condutores metálicos) dispostos, em geral, no alto de prédio e casas, ligados à terra, que têm como função dar um caminho mais fácil às descargas elétricas atmosféricas e evitar danos. Isso, conforme destaca Wilson Barreto, torna a cidade “naturalmente protegida”.

Além disso, a Coelce dispõe de um sistema, fruto de parceria entre a companhia, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Universidade de São Paulo (USP). Trata-se do Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas para o Ceará, que identifica o local de queda do raio na rede elétrica, prevê tempestades e, a partir desses levantamentos, minimiza o tempo de atendimento e manutenção, se for o caso. O modelo, que funciona desde janeiro de 2009, também identifica áreas de maior incidência. Para isso, existe um sensor no campus do Itaperi.

O equipamento manda informações para o sistema, que localiza a coordenada do raio, mostra onde é a ocorrência e envia e-mail para a equipe da Coelce. Parte dos dados pode ser vista no endereço eletrônico www.zeus.iag.usp.br/coelce. No ano passado, um total de 100.870 descargas foram registradas no Ceará. Em 2010, até a semana passada, foram cerca de 5.000.

Consumo

Com o calor, aumenta o consumo de energia e água. O motivo é o uso mais constante de equipamentos como ventiladores e condicionadores de ar e também a maior frequência de banhos. O consumo de energia elétrica no Ceará, durante o ano passado, já foi 3,8% maior em relação a 2008. Em relação ao consumo de água, no primeiro semestre, a média de aumento costuma ser de 4,66%.

Monitoramento

5 MIL raios já foram registrados, em todo o Estado do Ceará, em 2010, até a semana passada. A informação é do Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas

 

 

Fonte: Diário do Nordeste
Editoria: Cidade
Data: 28/01/10