Sociedades científicas debatem 4ª CNCTI com MCT e sugestões devem ser encaminhadas até o dia 20 de janeiro

20 de janeiro de 2010 - 10:00

As sugestões preliminares da comunidade científica para compor a pauta de discussões da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), em maio de 2010, em Brasília, devem ser encaminhadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) até o dia 20 de janeiro.

A Conferência terá como tema central Política de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável e tratará também de estratégias que possibilitem alcançar a estabilidade necessária às ações em CT&I, por meio de uma política reconhecida como de Estado, e não apenas de governo.

A 4ª CNCTI foi convocada por Decreto Presidencial de 3 de agosto último. Até março, serão realizadas cinco conferências regionais (Centro-Oeste, Norte, Nordeste, Sul e Sudeste), de caráter preparatório à Conferência Nacional.

A CNCTI abordará temas sob a ótica das quatro prioridades estratégicas do Plano de Ação em CT&I para o Desenvolvimento Nacional 2007-2010: Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação; Inovação Tecnológica nas Empresas; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas; e Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social. Além disso, analisará os resultados do Plano de C,T&I e o estado do setor no Brasil com vistas a propor recomendações para o Plano de Ação 2011-2014.

Em torno da sustentabilidade, a Conferência tratará de amplo leque de temas, a serem definidos por subcomissões e grupos de trabalho constituídos com a participação das comunidades científica e tecnológica, acadêmica, empresarial e governamental, bem como do terceiro setor. Esses comitês buscarão identificar não apenas os temas mais relevantes, mas também estudos já realizados e especialistas que possam desenvolvê-los e aprofundá-los.

A 4ª edição se preocupará também com o futuro, pensando para daqui a 10 anos sobre os desafios de hoje, tais como a utilização sustentável da biodiversidade, mudanças climáticas, energia, recursos naturais, desigualdades regionais, educação científica de qualidade em todos os níveis, uso da ciência e tecnologia para o desenvolvimento social, entre outros. Isso irá requerer uma estrutura flexível, que permita a inclusão de temas que venham a ser sugeridos pela própria dinâmica das discussões, mas que respeite uma estrutura lógica de fácil assimilação.

Segundo o secretário executivo do MCT, Luiz Antonio Elias, é necessário criar mais instituições de pesquisa, melhorar o marco legal e agilizar e desburocratizar os processos da área de CT&I. “O desafio da 4ª. CNCTI é debater essas dificuldades e contribuir para superá-las”. disse.

Para Eduardo Moacir Krieger, representante da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é importante que a conferência consolide a ideia de que as áreas de CT&I devem ter uma política de Estado e não de governo. Para isso é necessário que todos os ministérios, e não apenas o de Ciência e Tecnologia, participem de um programa nacional para o setor. “Temos que sair da Conferência com a ideia de que o plano é de todos os ministérios”, explicou. “Temos que sair da boa vontade para alguma coisa que seja institucional.”