Rede NIT Ceará foi tema de debate na FIEC

A Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – NUTEC participou do V Seminário de Gestão da Inovação Tecnológica no Nordeste – Inova 2009, entre os dias 21 e 23 de setembro. Promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará – INDI, o evento aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC e discutiu questões sobre investimentos, estudos e práticas na área tecnológica.

A participação do NUTEC aconteceu através da palestra proferida pelo Diretor de Inovação Tecnológica, Ricardo Mendes, que abordou o tema, A Formação da Rede NIT Ceará. A palestra ocorreu no dia 23, quarta-feira.

Na atual conjuntura econômica o desafio é o da inovação – a capacidade de converter idéias em valor e que dita o sucesso das empresas. Inovação é agregação de qualidade, é incorporação de tecnologia, é o novo em uso. Inovação é o requisito para uma economia competitiva, próspera e sustentável, com maior produtividade, com melhores empregos e salários.

Uma ênfase na inovação pressupõe forte entrosamento entre o governo e o setor privado. Isso resulta do reconhecimento da importância estratégica de investir nessa atividade coletiva que é a inovação, onde a empresa é o ator principal, mas que depende de boa infraestrutura, sólidas instituições de pesquisas e boas universidades. Não há inovação sem estímulos ao empreendedorismo e marcos regulatórios que favoreçam a competição e a capacitação tecnológica das empresas.

Hoje, cerca de 6 mil empresas brasileiras fazem pesquisa e cerca de 30 mil declaram inovar em produtos e processos. O Brasil ocupa a 24ª posição no ranking de patentes, 451 declaradas no ano de 2008.

Incentivos governamentais

Para que possa existir crescimento nesse cenário, em 2004 o governo aprovou a Lei Federal de Inovação 10.973 que: estimula e regula a parceria entre universidades, institutos de pesquisa e empresas, prevê mecanismos de interação para a realização de projetos conjuntos de pesquisa científica e tecnológica, trata da divisão da propriedade intelectual e dos resultados financeiros advindos de projetos, determina a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica – NIT.

Nesse mesmo âmbito, o Governo Estadual do Ceará aprovou a Lei de Inovação Estadual 14.220/2008, que incentiva à inovação no ambiente produtivo, nas políticas públicas e nas ações estratégicas de desenvolvimento social e econômico do Estado.

Assim, os Núcleos de Inovação Tecnológica – NIT surgem com o objetivo de zelar pela manutenção da política institucional de estímulo à inovação; coordenar o licenciamento da inovação e outras formas de transferência de tecnologia; avaliar e classificar os resultados dos projetos de pesquisa; proteger as criações desenvolvidas na instituição; opinar quanto à conveniência de divulgação das criações; acompanhar os pedidos e a manutenção das patentes.

A Rede NIT Ceará

Nesse contexto, a Rede NIT Ceará foi criada com o objetivo de fortalecer os NITs recém implementados ou em fase de implantação, assim como induzir o surgimento de novos NIT no Estado do Ceará, para que cada vez mais se dissemine a cultura da Propriedade Intelectual, a Transferência de Tecnologia e Inovação, potencializando e difundindo a cooperação entre ICTs e o setor empresarial. Atualmente, a Rede é composta pelos NITs da SECITECE, UECE, NUTEC, URCA, UVA, CENTEC, FUNCEME, SENAI, EMBRAPA, PADETEC.

“Hoje existem dificuldades em estabelecer estratégias para aprendizados de forma individual (cada ICT), seja por falta de recursos financeiros, seja por insuficiência de competências relativas aos temas desta proposta. Tais fatos, reforçam a necessidade da construção de um arranjo de NITs estadual, com o fim de articular essas necessidades e solucioná-las através de estratégias de difusão de conhecimento, capazes de otimizar o aprendizado e o funcionamento destas unidades”, justifica Ricardo Mendes, que também coordena a Rede NIT Ceará.

De acordo com a secretária adjunta da SECITECE, Teresa Mota, a formação da Rede NIT contribui fortemente para o fortalecimento institucional, a formação de recursos humanos, o relacionamento e apoio às instituições científicas e tecnológicas com o setor produtivo, além da construção e implementação de sistemas gerenciais de informação.