Instituto de Pesquisa do Ceará deve ficar pronto em dez meses

10 de setembro de 2009 - 10:37

Da Agência Funcap
Por Sílvio Mauro

03/09/2009

Promover pesquisa científica, desenvolver, introduzir e aperfeiçoar inovações tecnológicas que tenham caráter estratégico. Essas são algumas das funções do Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Ceará (IPDI). A instituição, que teve seu presidente, o pesquisador Lindberg Lima Gonçalves, recém empossado, pretende se tornar um dos principais elos entre o meio acadêmico e a indústria no estado. O IPDI terá uma sede física, que já começou a ser construída dentro de um terreno doado pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Os recursos previstos para a instalação, que deve custar aproximadamente R$ 2,6 milhões, foram garantidos e serão gerenciados pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

A expectativa é de que o prédio fique pronto em cerca de dez meses, mas o funcionamento do instituto irá além dessas instalações ou das pessoas que irão trabalhar nele. “Nós teremos uma estrutura muito enxuta”, promete o presidente do IPDI, ressaltando que boa parte do trabalho será feita através do estímulo a atividades em outros laboratórios do Ceará ou diretamente nos laboratórios instalados no Campus do Pici.

Desde 2007, inclusive, mesmo sem contar com estrutura própria, o IPDI já começou a realizar suas atividades de incentivo à pesquisa. Ele tem aparelhos de ponta instalados e operando em instalações de três das principais instituições de ensino superior do estado (as universidades Regional do Cariri, do Vale do Acaraú e Estadual do Ceará). As operações já existentes são resultado de um investimento inicial de aproximadamente R$ 6 milhões de dólares.

Com o estatuto definitivo do IPDI, aprovado no ano passado e que estabelece claramente todas as suas linhas de ação, a meta do presidente é estender essa abrangência, tanto com novos equipamentos como instituindo um sistema de laboratórios associados, onde as atividades do instituto também serão desenvolvidas. “Nós teremos os equipamentos principais, na sede, e o resto ficará distribuído nesses outros locais”, diz. Para isso, está previsto um investimento adicional de cerca de 15 milhões de dólares até o fim de 2010.

O funcionamento pleno do instituto, acredita seu presidente, irá permitir a união, no Ceará, dos interesses do setor acadêmico com os do setor privado do estado. Segundo ele, um pesquisador que esteja trabalhando em algum projeto cuja área de estudo se relacione com alguma necessidade de uma empresa que está investindo em inovação, por exemplo, pode prestar serviço para ela, com a infraestrutura garantida pelo IPDI.

Para garantir o custo com a manutenção dos equipamentos, Lindberg afirma que não existe outra forma possível que não seja através do apoio dos governos. Ele acrescenta que irá procurar o Ministério da Ciência e Tecnologia para a busca de parcerias nesse sentido. Ele não tem como meta tornar o IPDI auto-sustentável. “Laboratórios de ponta têm custo muito alto. Acredito que o retorno financeiro será obtido para o Ceará, com a atração de investimentos, graças a essa infraestrutura para a pesquisa”, completa.

Trabalho em conjunto com Nutec
Outra meta destacada por Lindberg é a realização de trabalhos em parceria com a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec). Segundo ele, o trabalho de uma instituição vai complementar o da outra. O presidente do Nutec, Prata Gil, tem a mesma opinião. “Vemos o IPDI como um grande parceiro”, afirma ele, acrescentando que enquanto o Nutec tem como missão viabilizar soluções tecnológicas e realizar prestação de serviços, o IPDI se concentrará mais na pesquisa pura.

Sobre o presidente do IPDI
Lindberg Lima Gonçalves é engenheiro civil pela UFC, mestre em Física Teórica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, doutor em Física Teórica pela Universidade de Oxford com pós-Doutoramento na Universidade de Oxford. Atualmente é professor titular do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFC, consultor Ad Hoc das agências de fomento Capes, CNPq, Finep, Facepe, FAPDF, Faperj, FAP-PR e árbitro dos seguintes periódicos: Brazilian Journal of Physics, Journal of Magnetism and Magnetic Materials, Physica A, Physics Letters A, Chemical Physics, Journal of Statistical Physics e Surface and Coatings Technology. É membro da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Sociedade Americana de Física (American  Physical Society) e Fellow da Sociedade Inglesa de Física (The Institute of Physics). Orientou 14 dissertações/teses, publicou cerca de 84 trabalhos em periódicos de circulação internacional e apresentou cerca 50 comunicações em congressos internacionais, tendo sido pesquisador visitante no Centro de Investigación en Energia da UNAM (México) e professor visitante na Universidade de São Paulo. Foi membro do Conselho Editorial da SBF, conselheiro e secretário regional da SBPC, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, coordenador do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa do Nordeste e coordenou vários projetos financiados pela Finep/FNDCT. É vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Materiais da UFC, coordena a Câmara de Assessoramente em Engenharia e Ciências da Computação e vários projetos de pesquisa de âmbito regional e nacional.