Coordenação de pesca do Dnocs apresenta banco de projetos de pesquisa para captação de recursos

6 de abril de 2009 - 08:53

O banco de projetos de pesquisa da Coordenação de Aquicultura e Pesca do Dnocs foi apresentado nesta quinta-feira, 2 de abril, à secretária adjunta da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Teresa Mota, e ao presidente da Federação da Agricultura do Ceará (FAEC), Torres de Melo, na sede do órgão. O coordenador de Aquicultura e Pesca, João Fontenelle, agendou com os dois convidados uma reunião de trabalho no início de maio com instituições públicas e setor privado, potenciais parceiros ou financiadores das pesquisas.

O evento, que será realizado em conjunto com a Secitece e com apoio da FAEC, tem por objetivo captar  recursos para execução das pesquisas. João Fontenelle observou que o Dnocs há muitos anos desenvolve pesquisas nas áreas de aquicultura e pesca que contribuíram para o desenvolvimento do Nordeste. Citou a adaptação de peixes e camarão da Amazônia aos açudes do Nordeste, a reversão sexual da tilápia e defendeu a retomada da pesquisa e desenvolvimento para disseminar a inovação na Região. 

Compõem o banco de projetos as pesquisas sobre microalgas de reservatórios de água doce; a produção de super-machos de tilápia tailandesa gerados sem uso de hormônio; a produção em cativeiro e industrialização da sardinha de água doce, já iniciada no Centro de Pesquisas em Aquicultura do Dnocs em Pentecostes. Destacou também a pesquisa com camarão Canela adaptado da Amazônia, já apresentado aos empresários da Câmara Setorial do Camarão, e a continuidade dos estudos com o camarão Pitu, que teve todo o ciclo de desenvolvimento em cativeiro dominado pelo Centro de Pesquisas em Carcinicultura e precisa chegar ao produtor.

O coordenador comentou ainda os projetos biomassa de artêmia, zooplancton dos açudes, o Museu de Ictiologia e Atlas de Aquicultura. Outro projeto visa tornar o Castanhão um laboratório do estudo de águas do Nordeste do Brasil para gerar os subsídios que vão substituir os parâmetros científicos vigentes hoje e que são baseados nas condições de clima dos países temperados.

Teresa Mota classificou como extremamente salutar a parceria com o Dnocs. A Secretaria pode articular com o Dnocs as instituições de educação superior e também as instituições de educação profissional, como é o caso do Instituto Centec, ela disse. “Pode agregar a competência já existente no Dnocs para avançar no que o Dnocs já faz em matéria de pesquisa. Pode também aproveitar o que o órgão já tem em matéria de desenvolvimento tecnológico e expandir isso, beneficiar um número maior da população cearense através da difusão que o Instituto Centec poderá fazer e vem fazendo”.

Como exemplo, Teresa Mota citou a produção de cartilhas e cursos do Centro de Pesquisa em Aquicultura e Pesca pelo Centec e a incubação de empresas, lembrada por Torres de Melo. “É por isso que a gente pretende estar junto nesse investimento do Dnocs”, afirmou.

Torres de Melo, que é também diretor de Logística e Infraestrutura da Confederação Nacional da Agricultura, disse que “o Dnocs nasceu com a pesquisa e para a pesquisa”. O momento, para ele, e uma espécie de retorno às origens. “Quando o Dnocs adentrou na área de barragens, foi o pioneiro em tecnologia em barragens de terra no Brasil. Depois quando adentrou na área da piscicultura, trouxe as primeiras experiências com sucesso de adaptação de peixes de outras regiões para o Nordeste, principalmente da Amazônia e a tilápia do Nilo”.

“O Dnocs querer retornar a essa origem, para mim é um motivo de grande alegria. O que eu espero é que ele tenha sucesso e que encontre o apoio que ele precisa”, afirmou Torres de Melo. Segundo ele, esse tem sido um sonho de todos os últimos diretores desta Casa, fazer do Centro de Pesquisa em Aquicultura de Pentecostes um grande local com áreas para residência e estágios para as pessoas da universidade. “Na medida em que essas pesquisas lograssem sucesso, deve transformá-las em produtos, com incubadoras ao lado daqueles que poderiam assistir os incubados, levando para o interior o desenvolvimento que foi a grande tarefa que o Dnocs fez até hoje”.