O POVO – Quixeramobim receberá radar em 2009

10 de março de 2009 - 09:18

Em workshop da Funceme, Cid Gomes aproveitou para anunciar a compra de um radar de R$ 12 milhões

O Ceará prepara-se para instalar um radar meteorológico no município deQuixeramobim. O equipamento custa em torno de R$ 12 milhões e estásendo montado no sul do País. Até o fim do ano, será implantado.

Oanúncio foi feito pelo governador Cid Gomes na abertura do workshopsobre monitoramento, previsão e aviso antecipado de eventosmeteorológicos severos para o setor norte da américa do sul, quecomeçou ontem e segue até quinta feira em Fortaleza. “Queremos dar maissuporte com a implantação do radar. Estamosno semiárido, os dados orientam os pequenos agricultores a plantar na horacerta. A médio prazo, o nível de acerto da Funceme tem ajudado muito a Economia do Ceará”, diz Cid.

O radar monitora a nebulosidade, os ventos e o nível de umidade num raiode 400 quilômetros, cobrindo inclusive trechos fora do Ceará, emPernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Junto com os 549pluviômetrosexistentes no Estado, o equipamento representa um salto na estruturatecnológica da Fundação Cearense de Meteorologia e RecursosHídricos (Funceme). “O pluviômetro vai medir na superfície o quantochoveu. Mas para saber isso com três, cinco dias de antecedência, épreciso buscar as informações lá em cima, justamente o que faz oradar”, explica Antônio Divino Moura, diretor do Instituto Nacional deMeteorologia (Inmet) e membro da Organização Meteorológica Mundial(OMM), parceiros da Funceme no workshop.

O encontro reúne pesquisadores de 13 países. O objetivo é criar um CentroVirtual de Monitoramento, Previsão e Vigilância de Fenômenos MeteorológicosSeveros para a América do Sul, ou seja, melhorar a articulação entre os institutosmeteorológicos dos países do norte da América do Sul quecompartilham fenômenos climáticos.semelhantes “A zona de convergênciaintertropical (que ocasiona a quadra chuvosa no Ceará) é tão importantepara nós quanto para a Guiana.

Aliás, lá é até mais porque passa duas vezes”, exemplifica EduardoSávio, presidente da Funceme. A criação da rede dispensa grandesinvestimentos. A idéia é unir forças com a tecnologia disponível nos centros regionais.

“Não estamos partindo do zero, mas as coisas estão tão desarticuladas… O queestão fazendo no Suriname? A medição lá afeta nosso tempo.Meteorologia não se faz sozinho. Os métodos de previsão precisam serconversados quando se cobre os mesmos fenômenos”, defende Divino. OCentro Virtual deve melhorar também o diálogo entre meteorologistas eDefesa Civil. De acordo com Divino, as enchentes de novembro em SantaCatarina foram previstas uma semana antes,
mas a articulação com a Defesa Civil foi falha. “A rede é para partir para a ação. Não adianta ter e não utilizar”, diz Divino.

E-Mais

Quixeramobim é a cidade mais central do Estado, por isso foi escolhida para receber o radar.

Membros de 13 países participam da reunião. Vieram meteorologistasda Venezuela, Guiana, Suriname, Honduras, Colômbia, Guiana Francesa,Costa Rica, El Salvador, Panamá, Guatemala, República Dominicana,Nicarágua e Espanha.

O Centro Virtual acompanha os chamados eventos severos como chuvasintensas e inundações, tempestades, rajadas de vento e descargaselétricas,temperaturas extremas, umidade do ar baixa, desconforto térmico, ressaca do mar, nevascas e secas.

O Centro Virtual da América do Sul foi pensado num workshop emCuritiba semelhante ao que se realiza nesta semana em Fortaleza. Paísesda AméricaCentral vieram participar do worshop para começar a pensar num Centro Virtual para os países do continente.

 

 

Fonte: O Povo
Editoria: Ceará
Data: 03/03/2009