Inovação ajuda a diminuir desigualdades no País, diz Aldo Rebelo

16 de março de 2015 - 17:31

O ministro inaugurou neste sábado (14) o primeiro prédio do parque tecnológico CTI-Tec, no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas (SP).

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, inaugurou neste sábado (14) o primeiro prédio do parque tecnológico CTI-Tec, construído no campus do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCTI), em Campinas (SP).

Aldo destacou o papel da unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) na geração de benefícios para a população e para o Brasil.

“A inovação, muitas vezes, tem como objetivo melhorar os serviços públicos e resolver os desafios de saúde, educação, transporte, moradia ou outras tecnologias voltadas para os problemas sociais do nosso País, que é rico e cheio de virtudes, mas ainda desigual”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Armando Milioni, também participou da agenda em Campinas.

O primeiro prédio do CTI-Tec foi batizado como Edifício José Bonifácio de Andrada e Silva, em homenagem ao estadista, naturalista e poeta, um dos personagens mais emblemáticos do processo de Independência do Brasil. “O nosso Patriarca da Independência e o primeiro grande cientista brasileiro”, ressaltou o ministro, ao lembrar que José Bonifácio integrou 18 sociedades científicas pelo mundo, fundou a Academia de Ciências de Portugal, estudou mineralogia em excursões por São Paulo e realizou pesquisas na Alemanha, na França e na Suécia, além de outros países.  “Esse prédio homenageia José Bonifácio não apenas como líder da Independência, mas também como cientista pioneiro no Brasil”, reforçou.

O CTI-Tec abrigará escritórios de administração e gestão do parque tecnológico e laboratórios de empresas interessadas em se aproximar das instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D) instaladas na região, por meio do compartilhamento de infraestrutura, conhecimento, tecnologia e serviços.

Erguido em 18 meses, o prédio de 1,8 mil metros quadrados (m²) recebeu, até o momento, investimentos de R$ 3,1 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI).

Chamada pública

Um edital previsto para este semestre irá selecionar as primeiras empresas a alocar seus laboratórios de pesquisa no CTI-Tec. A chamada pública será destinada a companhias que atuem na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias da informação e comunicação (TICs) ou outras vocações compatíveis com o CTI.

Segundo o diretor do CTI, Victor Mammana, já existe bastante interesse pela convocatória. “A gente tem recebido muitas empresas em busca de mais detalhes. O edital está pronto para ser colocado na rua em breve e, portanto, com a possibilidade de as empresas poderem ocupar o espaço já neste ano, no segundo semestre”.
O primeiro prédio do CTI-Tec divide-se por 16 módulos-padrão e oito módulos com pé direito dobrado (distância maior do pavimento ao teto). Cada empresa poderá se candidatar a ocupar até seis módulos de 48 m². Deste modo, o edifício inaugural tem espaço para abrigar de três a 24 companhias.

O edital deve estipular o período de três anos, renováveis por mais três, para os laboratórios coorporativos permanecerem no local. Terminado o prazo, uma segunda prorrogação seria possível por meio de nova chamada pública.

Projeto

A primeira fase do CTI-Tec prevê a construção de mais dois prédios semelhantes ao inaugurado neste sábado, cada um também com 24 módulos para aluguel. O segundo edifício já conta com recursos da Finep e deve começar a ser feito neste ano.
Um plano urbanístico realizado pelo CTI Renato Archer, em 2013, aponta um potencial construtivo de até 153 mil m², o que envolveria, além do CTI-Tec, espaços para outras entidades, como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP), que provisoriamente ocupa salas do CTI Renato Archer.

Segundo o coordenador do CTI-Tec, Thebano Santos, o plano urbanístico envolve agências bancárias, bibliotecas, um centro de conferências, companhias de logística e entreposto aduaneiro.

“O primeiro prédio terá espaço apenas para laboratórios, mas, no segundo, as empresas poderão se instalar com CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica]. A ideia é que haja essa sinergia, de modo que a pesquisa fique mais barata para a empresa”, explicou. “No terceiro edifício, a gente aceitaria incubação de empresas. Em Campinas, existem muitas incubadoras. Queremos abrigar negócios novos que, por enquanto, não têm para onde ir”.

Instituído por meio da portaria MCT 877, de 22 de outubro de 2010, o CTI-Tec é gerido pela Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação (Facti). O parque tecnológico se submete ao Conselho Técnico Científico do CTI Renato Archer, mas, de acordo com Thebano, há previsão de incluir em sua instância deliberativa representantes do município de Campinas e do Estado de São Paulo.

O ecossistema que se estrutura em torno do CTI Renato Archer deve compor um Complexo Tecnológico Educacional (CTE), voltado à interação com a cadeia produtiva regional e nacional, à formação de profissionais na área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e ao atendimento de demandas sociais. O CTE articulará o CTI ao CTI-Tec, ao Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), à Facti e à IFSP, todos dentro do campus, que deve receber, futuramente, a Escola Criativa Tecnológica Social, destinada à comunidade local.

Popularização

Antes da inauguração, Aldo Rebelo saudou alunos do Workshop de Aficionados de Software e Hardware (Wash!), conhecido como “rolezinho de ciência”. A atividade é realizada pelo CTI Renato Archer semanalmente, aos sábados, quando profissionais do centro ensinam crianças e adolescentes das comunidades do entorno a criar animações, jogos de computadores e outras produções por meio de programação na linguagem Scratch, de forma simples e rápida.

Gratuito e aberto ao público, que precisa se inscrever pelo site do CTI, o Wash busca estimular o interesse de jovens por TICs e, indiretamente, pela aprendizagem de matemática, português, lógica e outras disciplinas. O projeto tem apoio do MCTI e do Ministério das Comunicações e, de segunda a sexta-feira, se dispõe a visitar escolas e organizações não governamentais.

Divulgada como “Megawash!”, a edição deste sábado recebeu aproximadamente 200 estudantes, divididos por salas utilizadas durante a semana pelo IFSP e pelo Programa Nacional de Formação de Projetistas de Circuitos Integrados (CI-Brasil).
O público ainda pôde acompanhar oficinas de eletrônica, tecnologia assistiva e uma apresentação do grupo Ciência em Show, que participou da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2014), em Brasília.

Na solenidade de inauguração do CTI-Tec, associações de moradores dos bairros vizinhos, como Vila Olímpia e Vila Francisco, levantaram faixas em agradecimento ao CTI, por abrir portas à comunidade. Uma das mensagens parabenizava o governo federal pelas políticas de inclusão social.

O ministro também acompanhou apresentações do diretor e coordenadores de projetos do CTI, além do reitor do IFSP, Eduardo Modena. O diretor do CTI-Renato Archer, Victor Mammana, enumerou as políticas públicas atendidas pelo centro, como a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), a Estratégia Nacional de Defesa, o Plano Brasil Maior, o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior) e o Sistema Único de Saúde (SUS).

 


Fonte:
MCTI