País terá fundo contra impactos do clima

20 de agosto de 2010 - 11:57

Recursos são assegurados para redução dos impactos das mudanças climáticas. O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima terá R$200 milhões e os representantes de instituições financeiras internacionais presentes na Icid%2b18, realizada em Fortaleza até amanhã, prometem mais

A geógrafa Branca Bastos Americano, diretora de Mudanças Climáticas da Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi objetiva. Ela afirmou que o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima já tem R$ 200 milhões assegurados para 2011. O fundo é o primeiro no mundo a utilizar recursos do lucro da atividade petroleira para pesquisas e ações de redução e adaptação às mudanças climáticas.

Quando a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei Nº 12.187/09, foi sancionada, em dezembro do ano passado, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o fundo (um dos dispositivos que ainda aguarda normatização) teria orçamento de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão por ano, proveniente de 10% do lucro do petróleo. Branca Americano afirmou que as pendências legais devem ser resolvidas até o final deste ano. O Fundo deve virar um projeto de lei ou um decreto presidencial .

A notícia foi apenas uma entre as colocações da mesa redonda que reuniu ainda o diretor de Gestão do Desenvolvimento do Banco do Nordeste, José Sydrião de Alencar; Mark Lundell, coordenador do Banco Mundial para a área ambiental no Brasil; Rommel Acevedo, secretário-geral da Associação Latino Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide); e o chefe de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Jaime Mano, ontem pela manhã no Icid+18, a Segunda Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas. Alencar ressaltou que, há 10 anos, um encontro entre representantes de bancos discutindo o clima era impensável.

Mais do que discutir, os representantes das instituições deixaram claro que as questões climáticas e de sustentabilidade são prioridades no que diz respeito aos investimentos, principalmente em infraestrutura. “Uma nova estratégia está sendo desenhada pelo banco e claramente o problema de campo climático, a energia sustentável e a sustentabilidade serão áreas prioritárias. Teremos novas autoridades federais e um País crescente com dinamismo. Com demanda por investimento e banco capitalizado, criam-se as condições mais favoráveis”, avisou Jaime Mano, do BID. “Os bancos sofreram mudanças nos últimos 20 anos”, confirmou Rommel Acevedo, da Alide, explicando que uma das vertentes hoje trata de financiamentos para regiões áridas e semi-áridas.

Inovação

Mark Lundell, do Banco Mundial, lembrou ainda que, dentre as ações de redução dos impactos climáticos está o incentivo ao aumento da renda. “Queremos assegurar que as pessoas estejam sendo beneficiadas pela gestão dos recursos hídricos”. Lundell citou programas como o Crediamigo, do Banco do Nordeste, como uma das inovações na geração de emprego e renda para a população rural.

 

 

Fonte:
Jornal O POVO
Editoria: Economia
Data: 19/08/10