Programa nacional vai impulsionar uso da tecnologia em escolas indígenas cearenses

9 de maio de 2025 - 15:22


Acordo entre MCTI, IFCE e Secitece possibilitará a aquisição de equipamentos de informática para as 43 escolas indígenas do estado

Com o objetivo de promover o avanço tecnológico educacional à população indígena, foi assinado, nesta sexta-feira (9), o protocolo inicial do acordo de cooperação técnica para a execução de uma etapa do Programa Nacional de Popularização da Ciência (Pop Ciência) no estado. A iniciativa, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é executada, no Ceará, por meio de parceria entre o IFCE e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece).

Nesta etapa, está prevista a aquisição de equipamentos de informática para as 43 escolas indígenas cearenses. A assinatura ocorreu na Reitoria do IFCE, em Fortaleza. Participaram do ato, ainda, as Secretarias estaduais da Educação (Seduc) e dos Povos Indígenas (Sepin).

Durante a cerimônia, a titular da Secitece, secretária Sandra Monteiro, ressaltou o cuidado do programa em promover a popularização da Ciência a nível nacional respeitando as demandas específicas de cada território. “Agradeço ao Ministério por essa compreensão e por defender que a popularização do conhecimento científico e tecnológico deve ser feita de maneira integrada, fincada com o desenvolvimento social”, destacou.

Letramento digital

O programa Pop Ciência já investiu, no Ceará, cerca de R$ 3,3 milhões. “Essa nova etapa do Pop Ciência é mais uma forma de estimular os estados a fazerem seus próprios investimentos”, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, enfatizando que o programa é um grande “guarda-chuva”, ao integrar ações como o “Mais Ciência na Escola no Ceará”, que vem promovendo o letramento digital e a educação científica na educação básica, por meio de parceria com a Uece.

“Sabemos que o letramento digital é uma necessidade e que é passado do professor para os alunos. Precisamos compreender o salto tecnológico que a humanidade está dando e diminuir o fosso social”, completou Inácio.


Nessa perspectiva, além da destinação dos equipamentos, o IFCE, por meio da Pró-reitoria de Extensão e dos Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABIs), vai oferecer formação em letramento digital aos educadores das escolas indígenas, por meio do projeto “Nós por Nós”. O reitor do IFCE, Wally Menezes, agradeceu a oportunidade de atender ao publico do Pop Ciência, e já anunciou que será realizada, em breve, uma olimpíada científica voltada a essa população.

De acordo com a secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, toda essa intersetorialidade entre as instituições é essencial para que o governo possa seguir avançando em prol da população indígena. “Sabemos da carência tecnológica que existe nas nossas escolas. Vibramos com coração cheio de alegria e agradecemos a cada um que está aqui por abraçar essa causa e fazermos nosso trabalho juntos”.


Representando a Seduc, a secretária Executiva de Gestão da Rede Escolar, Ciza Moreira, afirmou que o programa é uma grande conquista para o estado. “Essa luta é conjunta. Temos o compromisso de que as ações se materializem em uma melhor condição para os professores e para o processo de ensino e aprendizagem. Isso sim é garantir a equidade”, pontuou.

Também participaram da cerimônia de assinatura do protocolo inicial do acordo de cooperação técnica para a execução do Pop Ciência no estado: o coordenador geral do programa no Ceará, Zilfran Fontenele, e a coordenadora técnica, Bruna Vasconcelos; a pró-reitora de Extensão do IFCE, Ana Cláudia Uchoa; a chefe do Departamento de Extensão Social e Cultural da Pró-reitoria de Extensão do IFCE, Cristiane Sousa; e a coordenadora de Diversidade Étnico-Racial (CDER) do IFCE, Tatiana Santos.