Secitece integra Semana da Equidade Racial promovida pela Alece

20 de março de 2024 - 17:02



Titular da pasta participou de roda de conversa que discutiu os mecanismos para o alcance da equidade

A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, foi uma das integrantes da roda de conversa ocorrida dentro da Semana da Equidade Racial, evento promovido pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), nesta quarta-feira (20), no auditório Murilo Aguiar, em Fortaleza. A programação, que vai até sexta (22), tem o objetivo de mobilizar para a promoção da igualdade racial dentro da sociedade, em alusão ao Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado no dia 21 de março.

A primeira-dama da Alece e idealizadora do Comitê de Responsabilidade Social, Cristiane Leitão, abriu oficialmente as atividades da Semana, destacando dados de pesquisas que apontam cenários de maior dificuldade enfrentados pela população negra. “Ela concentra maior taxa de desemprego, tem acesso limitado à educação de qualidade e é desproporcionalmente afetada pela violência e pela pobreza”.

Representatividade

Junto da titular da Secitece, integraram a roda de conversa a secretária executiva da Igualdade Racial do Ceará, Martír Silva; a secretária-executiva de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Raquel Andrade; e a procuradora do Estado Emanuela Silva. A atividade foi mediada pela jornalista Magnólia Paiva.

Em sua fala, a secretária Sandra Monteiro pontuou ser a primeira mulher à frente da Secitece, em 31 anos de existência da pasta. Ela destacou como a Secitece pode se inserir na luta pela equidade racial. “É preciso providenciar ações integradas, tanto na educação profissional quanto na superior, que possibilitem mais chances para aqueles que precisam. Temos lançado editais voltados para o público feminino, como no programa Corredores Digitais”, apontou.

Para um público predominantemente jovem, a titular da Secitece frisou que as oportunidades também precisam ser buscadas, dando como exemplo a sua própria história. om uma trajetória de superação conquistada por meio da educação e de esforço pessoal, Sandra hoje é professora da Universidade Federal do Ceará e secretária de Estado em um governo paritário. “A minha presença aqui é uma exceção, mas não deveria ser”, refletiu.

Sandra também falou da importância de uma compreensão política e de organização por parte da juventude. “A democracia nos dá esse direito”, destacou, apontando que essa integração pode ajudar na busca por melhorias e a superação de desafios da população como um todo.

Políticas afirmativas

Sobre as políticas afirmativas, como as cotas, a procuradora Emanuela Silva avaliou a necessidade de o Poder Público ouvir a população que será impactada. “Como construir políticas públicas para determinado grupo se ninguém escuta esse grupo? É necessário ter negros, sobretudo mulheres negras, inseridos nesses ambientes institucionais em uma tentativa de romper esse racismo estrutural”, ponderou.

Para a secretária-executiva da Igualdade Racial do Ceará, Martír Silva, as diferenças entre as pessoas na comunidade não podem ser usadas para justificar e legitimar as desigualdades de direitos. Pelo contrário, exige do Estado, das políticas públicas, e da própria população o entendimento de que essa questão não é individual, mas coletiva.

De acordo com a secretária-executiva de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Raquel Andrade, além do fator “gênero”, a questão racial atravessa diversas mulheres. Conforme ela, as mulheres negras são as que mais sofrem violência, como a doméstica e a obstétrica, além de serem as principais vítimas de homicídios. “É importante que façamos esse entrelaçamento de gênero e raça para entender e, sobretudo, desenvolver propostas para enfrentar essa discriminação de gênero e de raça, no campo das políticas públicas”, pontuou.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Alece