Policia Federal entrega mais 21 fósseis ao Museu Paleontológico da Urca

9 de fevereiro de 2022 - 16:10 # # #

Ao todo, a PF já deveu ao museu 500 peças fossilizadas que passaram a fazer parte da reserva técnica do equipamento.

Os 21 fósseis apreendidos em inquérito da Policia Federal já estão no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca). Eles foram entregues em solenidade realizada na tarde desta terça-feira, 08/02, no auditório do Geopark Araripe. Entre os materiais apreendidos se encontra um fóssil da megafauna, uma preguiça gigante, do período pleistoceno, que provavelmente foi achado no sopé da Chapada do Araripe, além de peças de pterossauros, peixes e plantas.

Na ocasião, foi realizada a assinatura do termo de entrega dos fósseis. O momento contou com a presença do secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Carlos Décimo, do reitor da Urca, Francisco do Ó de Lima Júnior; do ex-secretário da Secitece, Inácio Arruda; do diretor do Museu de Paleontologia, Plácido Cidade Nuvens, prof. Allysson Pinheiro; do delegado da Polícia Federal, Denis Colares de Araújo, do representante do Ministério Público Federal, Celso Leal e do diretor executivo do Geopark Araripe, Eduardo Guimarães, além de professores e pesquisadores.

O secretário da Secitece, Carlos Décimo, classificou o dia das doações de peças como histórico para a URCA, o povo cearense, o Geopark e o povo do Cariri. “Esse é um momento glorioso. As peças retornam ao solo sagrado, de onde jamais deveriam ter saído”, comemora.

Já o reitor da URCA, Lima Júnior, lembrou que os fósseis não são apenas a Paleontologia em si, mas fazem parte da educação ambiental e da história natural. Ele ressaltou o importante trabalho desempenhado pelos pesquisadores e pela equipe do Geopark. “O Museu de Paleontologia, como espaço de visibilidade e produção, é a instituição legítima para as pessoas que têm a ver com esse patrimônio”, afirma.

O ex-secretário da Secitece, Inácio Arruda, destacou a importância da recuperação de peças do sítio paleontológico e da relevância da PF, MPF e da diplomacia brasileira em relação aos fósseis que estão em outros países e que pertencem ao Brasil. “A URCA passa a ser guardiã, junto ao Museu, e é importante que a universidade se prepare mais para receber esse material, ampliando a discussão para a criação de um museu que abrigue a diversidade científica existente na região”, enfatiza.

Mais de 500 peças fossilizadas

Durante o ano de 2021, foram devolvidos à Urca, através do Museu de Paleontologia e Geopark Araripe, cerca de 500 peças fossilizadas que passaram a fazer parte da reserva técnica do equipamento. No mês de agosto deste mesmo ano, foram repassados 300 fósseis apreendidos em operação da Policia Federal, e em outubro, mais 35 peças fósseis, repatriadas dos Estados Unidos. Uma dessas peças é a aranha Cretapalpus vittari. O material havia saído ilegalmente do Brasil e retornou para o seu lugar de origem. O fóssil pertence a uma aranha da família Palpimanidae, oriunda da Chapada do Araripe, no Ceará. O exemplar é o mais velho registrado em toda a América do Sul, sendo datado da Era Mesozóica (que ocorreu entre 250 e 65 milhões de anos atrás).

Outras peças foram repassadas ao Museu por moradores, trabalhadores e responsáveis por minas de calcário, principalmente nas cidades de Nova Olinda e Santana do Cariri, onde estão localizadas grande parte das minas na região.