Plataforma lançada deve alavancar crescimento econômico e reduzir desigualdades

25 de novembro de 2019 - 15:31


Dentre as estratégias, o incentivo por parte do Governo do Ceará em 11 áreas em que o estado pode se desenvolver economicamente

Representantes da sociedade civil, poderes públicos, entidades de classe e setores produtivos estiveram na manhã desta segunda-feira (25) no Palácio da Abolição, em Fortaleza, para o lançamento da Plataforma para Acelerar o Crescimento Econômico com Redução de Desigualdades, que faz parte do Programa Ceará Veloz, do Governo do Ceará. O intuito da plataforma é criar um ambiente de negócios favorável ao crescimento econômico e, consequentemente, reduzir as desigualdades econômicas e sociais no estado.

O governador Camilo Santana apresentou durante quase uma hora a estratégia do Estado para que o plano obtenha êxito. De acordo com ele, o Ceará vem trabalhando para gerar um ambiente de negócios favorável para o crescimento econômico. “É criar um ambiente no estado que possa propiciar ao empreendedor as melhores condições no país para que ele possa investir. Para isso, a gente definiu que primeiro precisamos investir em capital humano, e é isso que o Ceará tem feito, investindo em educação, pesquisa, universidades, escolas profissionalizantes, porque quando uma empresa se instala ela quer mão de obra qualificada. Depois, em infraestrutura, então o Estado criou uma estratégia com os seus três HUBs: portuário, tecnológico e aéreo. Mas, para isso, precisamos criar também uma condição dentro do próprio governo para desburocratizar e vamos transformar isso tudo em uma questão digital. Vamos ter um ambiente de negócio com todas as instituições concentradas e um único ambiente físico. É todo um redesenho que estamos fazendo com um único objetivo: fazer o Ceará crescer ainda mais rápido com uma condição – redução da desigualdade”, destacou Camilo.


Dentre as estratégias, está o incentivo por parte do Governo do Ceará em 11 áreas em que o estado pode se desenvolver economicamente: cadeia produtiva de saúde, energias renováveis, rede de segurança hídrica, polo de inovação em tecnologia da informação, têxtil e calçados, agronegócio, logística, HUBs (aéreo, portuário e tecnológico), economia do mar, turismo e, por fim, economia criativa. A ideia é mostrar o que o estado tem a oferecer de forma a atrair mais investimentos. “Vamos focar nesses 11 clusters, que são as atividades com potencial que estado tem para fortalecer a questão da estratégia do crescimento econômico”, disse o governador.

O chefe do Executivo estadual enalteceu o trabalho conjunto entre o poder público e a a cadeia produtiva na construção desse plano. “É a consolidação e a reestruturação do próprio Governo, não só do ponto de vista digital, mas do ponto de vista físico, apesar do que a gente já vem avançando. A gente já vem trabalhando e agora estamos consolidando isso tudo em uma plataforma. Esse foi um processo discutido com o CIC (Centro Industrial do Ceará), Fiec (Federação das Indústrias do Ceará), agronegócio, quais são as infraestruturas logísticas importantes que o Estado tem que investir. Nós estamos chamando isso de uma pactuação, cada um precisa fazer o seu papel. Esse é um processo contínuo, com diálogo, principalmente com o setor produtivo, que é realmente quem investe no ponto de vista da economia, de emprego, de negócios. O papel do Estado é dar as condições e ser um animador desse processo”, enfatizou Camilo Santana.
Tecnologia

O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, participou da solenidade e destacou que os países que mais investem em tecnologia são os que mais geram emprego, e emprego de alta qualidade. “Nesta plataforma, a CT&I entra de forma transversal. Temos condições de desempenhar um bom papel porque temos seis universidades públicas com grandes laboratórios de pesquisa, temos as unidades do Instituto Federal, um Centro de Inteligência Artificial, além de desenvolvermos iniciativas como o Cientista Chefe, o InovaFIT e os Corredores Digitais, maior programa estadual de criação de negócios inovadores. Com toda essa produção o Ceará deverá dar um salto gigantesco”, frisou Inácio. A Secitece fez parte da equipe que elaborou plataforma.

Confiança

O Ceará vem atuando há algum tempo para alicerçar um ambiente de negócios atrativo para o mercado. Esse trabalho de base bem feito faz com que Maia Júnior, secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, se mostre confiante no sucesso da iniciativa. “O Ceará está pronto. Ele tem uma plataforma de negócios moderna, com seus processos redesenhados, com a regra do jogo definida. Tem uma estrutura de capital humano que nos permite pensar em produtividade, em aumento de competitividade das empresas cearenses. As nossas escolas, universidades, rede de infraestrutura e ecossistemas tecnológicos, a base da inovação, economia de conhecimento presente no Ceará. E temos uma infraestrutura de nova geração. Tudo necessário para fazer uma economia nova e diversificada que faz o Ceará sonhar com o futuro e me dão a certeza de que estamos no caminho certo”, ressalta o secretário.

A confiança de Maia Júnior vem embasada nos números recentes da economia cearense. “O número de protocolos firmados entre janeiro e outubro de 2018 e 2019 são praticamente os mesmos, mas os investimentos desses protocolos em 2019 cresceram 55%, o que mostra o vigor da nossa economia. Os empregos diretos, em meio a uma crise, também cresceram. Somos o sétimo estado em geração de emprego no Brasil. Nosso Produto Interno Bruto dobra (proporcionalmente) o do Brasil nos primeiros seis meses desse ano”, pontua.


Mesmo localizado em uma parte do Brasil que possui algumas peculiaridades que por vezes se tornam empecilho para o desenvolvimento, o trabalho que vem sendo construído no Ceará tem deixado o setor produtivo confiante. Para Carlos Prado, vice-presidente da Federação das Indústrias do Ceará, as próximas gerações já colherão os bons frutos do que está sendo plantado.
“Aqui no Nordeste, e no Ceará em particular, nós tínhamos uma série de carências e que vão desaparecendo. A da energia elétrica, que já foi citada, o estado hoje é um exportador. Carência na área da educação e que o Ceará hoje na educação básica já se mostra líder nacional. O Ceará, infelizmente, detém maior parte da sua área na região semiárida, uma região de solos diversificados e que oferece muita dificuldade para sua exploração. Além disso, a falta de água para exploração desse interior, que poderia estar fazendo com que a população encontrasse um futuro e pudesse se desenvolver com rapidez. Mas o Ceará começou a encontrar um caminho para superar isso com a educação profissionalizante, em que o Ceará já vem se destacando, que é o único meio de a gente conseguir que daqui uma ou duas gerações esses jovens venham a compor um futuro brilhante para essa região, graças ao conhecimento. É esse novo horizonte que a gente pode ter esperança de enxergar como grande futuro para o estado, mas basicamente galgado no trabalho já iniciado com a educação. É essa a esperança da nossa indústria”, enalteceu Carlos Prado.

Fonte: Coordenadoria de Imprensa do Governo do Ceará