O ‘digital’ é subversivo ao capitalismo selvagem, defende Cláudio Prado

14 de fevereiro de 2019 - 16:58

O produtor cultural e teórico da contracultura e da cultura digital foi o conferencista do Fórum de Políticas Digitais, realizado pela Secitece e Secult

“A essência do ‘Digital’ é subversiva ao capitalismo selvagem”. Assim definiu o produtor cultural e teórico da contracultura e da cultura digital, Cláudio Prado, conferencista do Fórum de Políticas Digitais, promovido pelas secretarias da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e da Cultura (Secult), nesta quinta-feira, 14/2, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, foi um dos convidados do evento e acompanhou a conferência de Cláudio Prado, que provocou a plateia a pensar e repensar o Futuro.

O conferencista enfatizou que a cultura digital promove a transdisciplinaridade das tecnologias. “O telégrafo, criado há 175 anos, o telefone e o telefone sem fio, de 30 anos – tudo foi revolucionário, mas a cultura digital é mais disruptiva, pois converge todas as tecnologias e todas as pautas, acabando com a lógica compartimentada. A transdisciplinaridade é tudo junto, aqui, agora, ao mesmo tempo. É a era na qual estamos vivendo (…) O digital é um acelerador de futuro, como se o futuro tivesse se juntado ao presente”, reforçou Cláudio.

Deste modo, a cultura digital promove a socialização de saberes e de oportunidades. “A lógica digital é a de quanto mais informação se distribui, mais poder de realizar nós temos e maior possibilidade de avanço qualitativo”, defende.

O evento reúne governos, academia, empresas e sociedade em geral para conhecer, refletir e dialogar sobre o potencial da transformação digital a fim de institucionalizar a colaboração em rede como forma de governança do bem comum.

O cenário do Ceará

O secretário da Secitece, Inácio Arruda, ressaltou que cultura e ciência possuem uma sintonia muito grande. “Não há como fazer cinema, games, animação sem esse processo de digitalização. Vejo como uma grande oportunidade para a base da pirâmide avançar (…) É essa compreensão da transversalidade que a transformação digital vai oferecer. Se nós não quisermos ficar pra trás temos que correr, já que o Estado toma iniciativa mas não pode ser ele a tocar isso sozinho”.

Para o secretário da Cultura, Fabiano Piúba, não se pode pensar em política digital sem a perspectiva da diversidade étnica, de gênero, de pensamento, de territórios. Segundo ele, o universo da cultura digital é importante para a sociedade e também para a governança. “Falar de política pública é cidadania. O acesso ao conhecimento urge e o desafio do Ceará é não ser apenas um lugar de passagem. É preciso ver como esse hub tecnológico se conecta aos demais hubs”.

O assessor da Presidência da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará, Arnoldo Alves, atualizou sobre o cenário do Cinturão Digital no Estado e o incremento da cloud computing (computação em nuvem).

“Hoje nós fazemos 3500km e junto com parceiros temos quase 95% da população atendida. Essa é uma política de governo iniciada na gestão Cid Gomes e continuada na de Camilo Santana (…) Temos levado para todas as secretarias a nuvem, trazendo economia em investimentos, recursos financeiros e otimizando recursos. Com segurança, economia financeira e melhoria para o meio ambiente. Seremos um Estado que se transformará em efetivamente digital”.