Arena Ciência é palco para inovações e muito debate no primeiro dia da FdC
22 de novembro de 2018 - 15:20
O primeiro dia da Feira do Conhecimento atraiu centenas de pessoas ávidas pelas novidades tecnológicas, oficinas e palestras, nesta quarta-feira (21/11). Antes mesmo das 9 horas (horário de abertura), filas já se formavam nos guichês de credenciamento do Centro de Eventos do Ceará, principalmente com alunos de escolas públicas que vieram em caravanas. A programação foi dividida nas três grandes arenas. Confira os destaques deste primeiro dia, na Arena Ciência:
Arena Ciência
Coube à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dar o ponta pé inicial dos trabalhos nestes primeiros momentos da Feira do Conhecimento. Com o tema “Saúde e meio ambiente nas escolas: da prevenção a promoção da saúde”, sob o comando dos professores Cristina Araripe Ferreira (Fiocruz) e Carlos Saldanha Machado (UERJ), falaram nos desafios de prevenção e promoção da saúde em sua relação com o meio ambiente para alunos e professores, com foco na rede pública de ensino.
“Que futuro você espera para a humanidade?” foi o tema da palestra do professor Jackson Sávio de Vasconcelos, que abordou o momento crucial de mudança de parâmetros na evolução humana. “Até agora a gente vinha numa evolução histórica em linha reta, de maneira lenta. Estamos mudando para um vetor exponencial, onde tudo acontece de maneira bem mais veloz”, aponta. Para ele, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis ajudará a manter os recursos naturais renováveis. Sua explanação sobre este futuro foi pautada pelo que denominou de 4Ds que marcam esta mudança de parâmetros: digitalização, disrupção, desmonetarização e democratização.
A discussão dos caminhos da pós-graduação no Brasil a partir da tragédia do incêndio do Museu Nacional reuniu na Arena Ciência a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Flávia Calé, e o coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dr. Wilson Salvino.
Flávia salientou a importância da realização da Feira do Conhecimento aqui no Ceará com seu papel de divulgar a produção científica nos mais diversos níveis. “É importante a existência de um evento como a Feira neste momento de grave ataque que a produção de ciência e cultura vem sofrendo”, apontou.
A presidenta da ANPG acusou o caráter criminoso do incêndio do Museu Nacional como reflexo da falta de investimento em preservação e manutenção do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Ela ainda apontou outras instituições brasileiras que estão ameaçadas, como o Museu Emílio Goeldi (Belém-PA) e o Parque Nacional da Serra da Capivara (São Raimundo Nonato-PI).
Mostra de Tecnologias Assistivas
Dentro da programação da Feira do Conhecimento acontece a 1ª Mostra de Tecnologias Assistivas, que apresenta soluções tecnológicas que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência, possibilitando uma vida mais independente e facilitando o dia a dia de que lida com alguma deficiência motora, mental, visual e/ou auditiva.
Há um espaço dedicado às ações já realizadas no Ceará e no Brasil. Algumas destas iniciativas apresentadas abrangem tecnologias comandadas por sinais cerebrais: as chamadas “neurotecnologias”. A feira mostra aplicações divertidas, como a Corrida de Aranhas Robóticas, que consiste efetivamente em controlar com o movimento destes pequenos robôs pelo nível de concentração cerebral.
Os projetos de destaque são idealizados, em sua maioria, por cearenses. O curador do tema, Edilson Rocha, dá exemplos de alguns deles. “Estamos mostrando um mouse adaptado feito por um aluno que possui limitação motora; o projeto de uma casa inteligente de baixo custo para pessoas com deficiência; além de um aplicativo que ‘lê’ informações das etiquetas das roupas para cegos”.
Ceará Faz Ciência
Vinte projetos científicos selecionados para o concurso Ceará Faz Ciência estão expostos para visitação. Os trabalhos, de autoria de estudantes do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas, abordam o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”, e estão sendo avaliados por uma comissão julgadora que premiará os projetos mais promissores nas áreas de relevância social como saúde, Energias Renováveis, Educação, Inclusão e Diversidade.