Barco Autônomo IRACEMA integra a expedição científica no Baixo Rio São Francisco

18 de outubro de 2018 - 14:45

O ITIC –Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicações e o CTI através de seu núcleo Nordeste, o CTI-NE compõem a expedição científica no Baixo Rio São Francisco que tem como objetivo elaborar diagnóstico preliminar de parâmetros ambientais, da carcinicultura na região do baixo São Francisco, bem como avaliar os impactos socioambientais por meio da coleta de dados sobre pesca, socioeconomia, poluição aquática, ictiologia, carcinologia, aquicultura, parasitas de organismos aquáticos e agrotóxicos.

O ITIC e o CTI-NE estão participando com o Barco Autônomo IRACEMA que foi desenvolvido pelo CTI-NE, ITIC e parceiros, dentro do Projeto IRACEMA financiado pela FINEP. É um barco autônomo programável que tem embarcado um conjunto de instrumentos científicos como sonda multiparamétrica, sonar sidescan, ecobatímetro, entre outros que permitem o monitoramento ambiental remoto em tempo real pela comunicação com uma estação base. O IRACEMA é um barco tipo catamaran de 4m de comprimento que poder ser configurável para embarcar outros equipamentos e também levar até 3 tripulantes podendo ser operado manualmente bem como de maneira remota e autônoma. Além do IRACEMA a expedição conta com um barco de 23 metros, o MARAVILHOSA, e com a participação de 40 integrantes, entre pesquisadores e alunos da UFAL, representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e do Centro Oceanográfico de Vigo da Espanha.

A expedição ocorre de 15 a 19 de outubro e percorre a região do Baixo São Francisco abrangendo as cidades de Traipú, Porto Real do Colégio, Propriá, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçú, num total de 100 km de extensão. Com custo de aproximadamente R$ 170 mil, conta com o patrocínio da UFAL, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), da Fundação de Amparo à Pesquisa em Alagoas (Fapeal), da Emater (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas), ITIC – Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicações e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer Núcleo Nordeste CTI-NE. São parceiros internacionais a Universidade do Porto (Portugal) e o Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO -Espanha).

Figura 3 – Percurso da Expedição Científica do Baixo São Francisco
A motivação se deve aos poucos dados do Velho Chico, por isso o grupo se propôs a desenvolver um amplo estudo de dados das espécies aquícolas, da engenharia de pesca, da aquicultura, de vegetação ciliar, do nível de assoreamento, do impacto ambiental terrestre, da meteorologia, da toxicologia, da parasitologia e da poluição aquática. Além das informações socioeconômicas das populações tradicionais e de pescadores que desempenham atividades nas comunidades. A expedição deverá analisar as alterações no curso do rio, de forma multidisciplinar. O Coordenador da Expedição professor Emerson Soares pontuou que essas mudanças foram provocadas por vários fatores, dentre eles: construções de hidroelétricas,

transposição do rio, regime alterado de chuvas, desmatamento, crescimento das cidades ribeirinhas sem saneamento básico, pesca em desacordo com a legislação ambiental e sem monitoramento, secas, crescimento da carcinicultura na foz, aumento do uso de agrotóxicos, entre outras atividades antrópicas. O Coordenado do CTI-NE e do Projeto Iracema onde foi desenvolvido o barco robótico, Aristides Pavani Filho, ressalta que o barco é uma ferramenta de apoio à pesquisa, cujo objetivo é disponibilizar equipamentos científicos embarcados para o monitoramento ambiental e que pode ser operado de maneira autônoma e programável, permitindo obtenção de dados georreferenciados, confiáveis e com grande resoluções espacial e temporal. O Iracema deverá gerar um conjunto de informações que após analisadas promoverá conhecimento e facilitará a tomada de decisões futuras para o gerenciamento ambiental.

O Superintendente do ITIC, Prof Carlos Artur S. Rocha informa que a próxima contribuição do barco IRACEMA na coleta de parâmetros ambientais, e sócioambientas será no Pacto pelo Parque do Cocó, no Estado do Ceará, que visa alcançar a preservação ambiental por meio de tecnologias inovadoras e eficientes. O coordenador Emerson Soares informou que a expedição resultará em um documentário científico a ser produzido durante todo o trabalho desenvolvido no Rio São Francisco. Há, ainda, a pretensão de publicar um livro com os resultados das coletas e alguns artigos científicos. Para a Universidade a ação científica representa a
troca de informações, de experiências com equipes multidisciplinares e tecnologias novas no campo da engenharia ambiental, limnologia e computação, acrescentou, destacando o importante papel em prol da ciência e do conhecimento conectado com as demandas sociais e econômicas.